O São Paulo vai ter de cortar da própria carne para reorganizar suas finanças a partir de 2025 e isso significa ter menos dinheiro para gastar, inclusive no futebol. O clube aprovou a criação do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), uma forma de se livrar dos juros pagos anualmente na casa dos R$ 90 milhões (da própria dívida) e fechar a torneira de gastos.
O clube caminha positivamente para a captação recursos até R$ 240 milhões. Parar com a gastança terá consequências.
Isso significa dizer que todos os departamentos do São Paulo vão sofrer redução de gastos e terão de ajudar o clube a se recolocar no trilhos das boas finanças. Não se sabe se essa manobra gerida pelo presidente Julio Casares vai durar um ano ou mais. Vai ter sangramento. Diretores vão reclamar.
De modo que o futebol terá de rever também suas despesas. Entenda-se redução de R$ 20 milhões na folha de pagamento por ano e venda de jogadores. O futebol do clube não está feliz com isso, conforme informou o jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, no Uol. O futebol terá uma receita de R$ 350 milhões em 2025. Esse dinheiro não daria para gerir o setor. Essa é a chiadeira. O recado de Casares é “se vira”.
Menos dinheiro para o futebol
Não se trata de dinheiro pequeno, diga-se. O diretor de futebol Carlos Belmonte terá de se virar com menos dinheiro na temporada. Não há processo de reestruturação de um clube que não tenha sangramentos. Se o São Paulo quiser realmente melhorar suas finanças, ele só tem dois caminhos: arrecadar mais e gastar menos.
O clube trabalha nessas duas frentes. Mas não há mágica de um lado nem do outro. As receitas do São Paulo são estimadas em R$ 700 milhões. Os gastos precisam ser menos do que isso para que o clube pague o que está devendo para trás. E assim sucessivamente até trabalhar no azul.
Nets ano, o São Paulo vai ter um déficit de R$ 190 milhões. A partir de 2025, isso não pode mais existir. Ou o plano do FIDC não é sério e terá o carimbo de “fracassado”.
Questões políticas no Morumbi
Em meio a tudo isso há as questões políticas dentro do Morumbi, com dirigentes da situação e da oposição querendo ser presidente e com o atual mandatário, Julio Casares, olhando para a possibilidade de uma SAF e de ele próprio tocar o negócio. Essas peças são todas movimentadas ao mesmo tempo. Faz parte da vida política de um clube.
SAF no São Paulo
Casares nunca desestimulou uma SAF no São Paulo. Chegou a me dizer que há projetos de Sociedade Anônima no Futebol em sua gaveta, mas eles só seriam estudados se necessário. Disse ainda que há vários modelos de SAFs, inclusive na Europa, e que o clube pode adotar modelos em que o São Paulo não perca o controle do clube e do seu futebol.
O que digo é que nada vai dar certo, principalmente em relação ao seu fundo de R$ 240 milhões e intenção de reduzir as dívidas, se cardeais e dirigentes do Morumbi não estiverem remando para o mesmo lado. É preciso costurar tudo isso.
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Wendell está certo
O time do São Paulo, sob o comando de Zubeldía, terá de passar uma temporada ou mais com o que tem nas mãos, salvo vendas e uma ou outra contração, como a do lateral-esquerdo Wendell, do Porto. O jogador já deu seu “sim” para o São Paulo. Belmonte negocia agora a possibilidade de ele vir sem custos, uma vez que lhe restam apenas seis meses de contrato e Wendell é reserva em Portugal.
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O Tricolor não vai comprar cinco jogadores, como pediu o treinador. E está aberto a ofertas para vender atletas. Casares precisa negociar nesta janela. O elenco não é ruim. Zubeldía terá de escolher competições e montar um São Paulo para não correr risco no Brasileirão.
Será um 2025 de provações, mas se o clube se arrumar financeiramente, ele dará depois passos importantes para chegar mais perto dos seus rivais mais badalados, como Flamengo e Palmeiras.