A bola está com a torcida em sua retomada ao futebol nos estádios brasileiros de forma uniforme. Após brigas de liminares envolvendo o Flamengo, a CBF resolveu agir, chamou os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro e combinou com todos eles (com uma falta, a do próprio Flamengo, que não mandou representantes, e um voto contrário, a do Athletico-PR) que o público voltará para as arenas de maneira gradativa, como ocorreu no fim de semana. Em São Paulo, em função da definição do governo estadual que lidera a organização no combate à covid-19, a data do retorno foi estipulada para 4 de outubro, com 30% da capacidade nos estádios, aumentando no dia 15 para 50% e em 1º de novembro com 100%. Capacidade total, portanto. O Estado da Bahia também ficou de repensar a liberação em função do aumento dos casos de pessoas contaminadas. Haverá protocolos e a necessidade da vacina.

O fato é que o Brasil está perto de liberar o futebol com público em todos os Estados, e em todas as divisões também. A vacinação contra a doença avança, não graças ao governo Federal, mas avança, com 73% de brasileiros imunizados com a primeira dose e 43%, com a segunda, e já vem aí uma turma com a terceira aplicação, chamada de reforço, primeiramente aos mais idosos e pessoal da saúde, como no começo da campanha.

O torcedor já se provou irresponsável no futebol. Mesmo quando não estava liberado, as aglomerações já existiam do lado de fora das arenas, nas imediações e bares. Ou ainda em aeroportos antes de jogos importantes e saídas de CTs. Então, é difícil esperar bom senso ou entendimento da gravidade da covid-19. Por isso se faz necessário pontuar que a pandemia não acabou, não foi controlada totalmente e continua matando. O Brasil, neste mês de outubro, vai chegar a 600 mil mortos.

Os protocolos são os mesmos que ouvimos há meses: usar máscara e álcool em gel e não aglomerar. Simples assim. No futebol isso é quase que impossível, principalmente com capacidade máxima das arenas, como se prevê daqui a um mês. Haverá gente entrando no mesmo horário, com catracas lotadas, restaurantes e lanchonetes com filas e torcedores tirando a máscara assim que encontrar seu lugar na arquibancada. Tomara esteja errado. As pessoas podem aprender e se provar responsáveis.

O torcedor será cobrado. Entidades serão cobradas. Todos serão envolvidos. Mas não se imagina uma volta atrás na decisão de abrir o futebol para o torcedor. A segunda dose precisa ganhar terreno. Chegar em 50%, 60% num curto espaço de tempo. Seria lindo. Só a vacinação poderá dar essa tranquilidade que todos querem nos ambientes fechados. Ter calma, fugir das aglomerações, se vacinar o quanto antes e seguir os protocolos. A vacinação no Brasil está em 70% em sua primeira dose, e 40% na segunda.

Com a volta da torcida, vem mais dinheiro para os clubes. Os ingressos estão caros, de R$ 150 a R$ 200, mesmo para aqueles que estão em programas de sócios-torcedor. Times como Corinthians e Palmeiras, por exemplo, faziam em média rendas de R$ 2,5 milhões antes da pandemia. Esse dinheiro, se der tudo certo, voltará a fazer parte das receitas dos clubes. O Corinthians manteve valores praticados antes da pandemia.