O desafio de Zubeldía é fazer de Lucas o atacante venenoso que ele foi nos 30 minutos iniciais do São Paulo contra o Criciúma. Aos 31 anos, não sei se é possível jogar todas as partidas com tanta intensidade com a bola nos pés em direção ao gol. Digo isso porque contra o Vasco, por exemplo, ele não foi bem. Lucas alterna partidas mais elétricas com apresentações mais mornas. E isso faz diferença no rendimento do time e na maior liberdade dos companheiros.
Lucas não reclama da arbitragem nem dos companheiros de jogo. Fala pouco e entende sua função em campo. Trouxe essa cultura do futebol inglês. Quado consegue jogar, mesmo bem marcado, é capaz de ganhar partidas.
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Se Lucas tem potencial para transformar o lado direito do São Paulo num inferno para os marcadores, do outro lado, Ferreirinha tem a mesma condição, com algumas diferenças, claro. Ferreira não dribla em linha reta como Lucas. Ferreirinha prefere o zigue-zague, mudando de direção o tempo todo. Para alguns no futebol, a distância entre dois pontos não é uma linha reta. Ferreirinha foi novidade na escalação do treinador argentino na vitória por 2 a 1 desta quinta-feira, num Morumbis mais vazio do que em outras partidas.
O desafio então de Zubeldía é conseguir fazer com que esses dois atacantes de velocidade joguem com alegria dentro de casa, que seja. Se acontecer, o São Paulo tem grandes chances de se dar bem na temporada. Não bastasse a correria de Lucas e Ferreirinha, há ainda a qualidade de Luciano, que fez um golaço de jogada ensaiada, e a categoria de Calleri, que anda brigado com o gol e das jogadas perigosas, mas é sempre um atacante perigoso e participativo.
A vitória colocou fim a uma sequência sem vitórias que já incomodava o treinador, os jogadores e, principalmente, a torcida. Fazia quatro rodadas que o time não ganhava. De invicto, passou a colecionar derrapadas e tropeços. O bom resultado, aliado à apresentação mais sólida em casa, leva o São Paulo para a parte de cima da tabela, agora em sétimo lugar, com 18 pontos e 12 jogos. Jandrei errou no fim e o Criciúma diminuiu.
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Zubeldía sabe, pelo pouco tempo que tem no Brasil, que o São Paulo precisa ter uma sequência de bons resultados para não se distanciar dos primeiros colocados. A torcida também espera isso. Ele trabalha para dar uma regularidade ao time, condição que se perdeu com Carpini.
Jogada ensaiada
Como é bonito ver um gol de jogada ensaiada, como foi o segundo do São Paulo. Havia três jogadores próximo à bola para bater a falta. Alisson, Lucas e Luciano. Lucas rolou para Luciano chutar virando o corpo porque ele estava de costas para o goleiro. A barreira perdeu sua validade com o toque na bola. Luciano chutou no cantinho. Um belo gol.
