Ótimo que Vini Jr. tenha resolvido a parada para o Brasil diante do Paraguai na segunda rodada da Copa América. E no primeiro tempo. A seleção brasileira precisava desses três pontos para não ter de fazer as malas mais cedo e voltar para casa, o que seria mais uma vergonha. Vini Jr foi aplaudido e mereceu cada aplauso.

Ele estava infernal mesmo nas dimensões menores do gramado, uma espécie de “societyzão de travas”. O único problema é que o Brasil não consegue se livrar da inspiração de um jogador para ganhar suas partidas.

Nunca jogo por mim. No Brasil, jogo pelo meu país. Hoje consegui entrar e fazer uma grande partida. Sinto que posso ajudar muito a seleção. O primeiro passo é ganhar a Copa América. VINI JR.

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E quando esse jogador não estiver inspirado? Ou mesmo quando ele não estiver em campo? Tite teve em Neymar esse “cara” em duas Copas do Mundo e não deu em nada. Em 2014, quando Neymar se machucou, a seleção caiu. Dorival não pode cair nessa armadilha também. O jogo coletivo precisa vencer no Brasil.

Vestiário do Brasil antes da partida contra o Paraguai pela segunda rodada da Copa América: vitória por 4 a 1 / CBF

É claro que Dorival Júnior treina para ganhar a Copa América. Faz parte do seu trabalho. Mas não pode ser esse o único objetivo. Ele tem de acertar os detalhes, como um pênalti desperdiçado por Paquetá. E se o Brasil precisasse desse pênalti? Depois, o jogador acertou em outra cobrança, mostrando-se corajoso e que há regras de batedores. Isso é ótimo. Dorival tem de insistir nisso. Não pode ser a “casa da sogra”.

Ótimo que o Brasil ganhou e encaminhou a sua classificação, mas não pode ser só isso. Alison falhou no gol do Paraguai ao demorar para cair na bola, por exemplo. O jogador paraguaio teve espaço para dominar a bola e chutar.

A Copa América não vale nada para os brasileiros. Valia para a Argentina porque Messi e sua geração nunca tinham ganhado nada. Pode valer agora porque o time entrou numa rota de festejar com sua gente depois do tri mundial no Catar. Para o Brasil, o que vale é a Copa de 2026.

Dorival tenta dominar bola em jogo do Brasil contra o Paraguai / CBF

Por isso insisto que Dorival trabalhe para ganhar, sim, a Copa América, mas, principalmente, para dar padrão tático ao time, definir posições, acelerar o jogo coletivo e armar e se defender em sintonia. Essa história de escalar jogador para dar moral ao atleta do grupo tem de ser enterrada. O treinador não está lá para distribuir agrados.

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Dorival não pode olhar somente para a próxima partida. O Brasil tem de sair dessa Copa América mais animado do que entrou, repercutir essa animação nas Eliminatórias e viver seu ápice na Copa do Mundo. Se der para ganhar esse torneio nos EUA, ótimo. Se não der, que tire proveito das semanas que o elenco ficou junto e não tenha de começar do zero no próximo encontro.

A vitória por 4 a 1 contra o Paraguai deixa o Brasil em segundo lugar no seu grupo, atrás da Colômbia, com 100% de aproveitamento. Eles vão se enfrentar na última rodada desta etapa.