A torcida do Palmeiras vai dar uma provocada no Corinthians na partida desta segunda-feira entre os rivais no Allianz Parque, encerrando a rodada 13 do Brasileirão. O resultado é importante para os dois times. Desde que chegou ao Brasil, Abel Ferreira perdeu apenas um dos 12 clássicos que fez com seu maior rival. Não demorou muito para o treinador português descobrir a importância de ganhar do Corinthians ou de não perder para o adversário do Parque São Jorge.

A principal organizada do Palmeiras, a Mancha, vai mostrar no estádio uma série de manchetes esportivas feitas ao longo da história do dérbi em que o Palmeiras ganhou do Corinthians. Ela megulha no passado, nas décadas de 1940, 1970 e anos 2000 e 2010. Ela foi atrás dessas páginas impressas de jornais e revistas para produzir suas mensagens durante a partida.

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Mas não vai poder mostrar todas. Das 19 capas após resultados favoráveis aos Palmeiras, a Polícia Militar de São Paulo proibiu 11, de modo a deixar que a organizada levasse para o estádio apenas oito das escolhidos. A PM proibiu por entender que as reproduções poderiam provocar violência na cidade. Em princípio, nenhuma manchete havia sido liberada, depois o comando concordou em liberar três delas e outras cinco.

Abel Ferreira
Abel Ferreira prepara Palmeiras para encarar o Corinthians no Allianz / Agência Palmeiras

A justificativa pela proibição também se deu pela fase ruim do Corinthians, com invasão de torcedores à sede na semana passada. A Mancha não entende como manchestes da imprensa no passado podem gerar confusão, mas acatou a determinação.

Infelizmente, a PM, o Choque, por excesso de zelo, proibiu 11 capas de jornais. A Justificativa foi que a atual situação do Corinthians, em crise, poderia gerar violência. Como capas do passado poderiam gerar violência? A gente respeite, acata, mas não concorda. JORGE LUÍS, MANCHA

É claro que a história é contada apenas de um lado do dérbi, o que não condiz com a verdade desse grande duelo. Vale lembrar que o estádio só terá torcedores do Palmeiras porque em São Paulo ainda há jogos com torcida única.

Mesmo com as poucas imagens liberadas, o torcedor palmeirense fará uma passeio por jogos do passado entre os dois times, de Obina a Valdivia, passando por jogadores que marcaram época e que nem estão mais no futebol. Foi a forma encontrada pela torcida para apoiar a equipe e pressionar o rival.

António Oliveira terá o cargo ameaçado em caso de derrota para o Palmeiras / Agência Corinthians

A tabela mostra a diferença de Palmeiras e Corinthians neste momento. O time de Abel briga para se manter perto do líder Flamengo, com 27 pontos. O Corinthians joga para não se afundar e sair da zona de rebaixamento. Só é melhor do que o lanterna Fluminense.

António Oliveira talvez tenha o cargo ameaçado em caso de derrota como nunca antes. O presidente Augusto Melo disse que vai manter o treinador no posto, mas ele também disse isso antes de demitir Mano Menezes. Vale ressaltar que Palmeiras e Corinthians têm o mesmo tamanho na história do futebol brasileiro, independentemente de suas atuais condições esportivas e financeiras e que um só existe por causa do outro. O Corinthians faz o Palmeiras gigante e vice-versa.

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O torcedor tem o direito de pensar da sua maneira, aplaudir seu time e vaiar o adversário. Futebol é isso. Mas sei de histórias de pai corintiano que ensinou o filho também corintiano a jamais vaiar os grandes jogadores, como Ademir da Guia. Certamente há famílias palmeirenses que respeitam atletas do outro lado dessa história, como Rivellino. Uma vitória do Palmeiras deixa o time com 26 pontos, na cola do Fla. Se der Corinthians, ele chega aos 12 pontos, sai da Z-4 e empurra o Vasco para o seu lugar.

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