Eu ainda vou esperar Memphis Depay desembarcar no Brasil, vestir a camisa do Corinthians, assinar o contrato e começar a treinar para ter 100% de certeza de que o atacante holandês fará parte do elenco alvinegro até dezembro de 2026. Sua contratação foi uma das mais caras desta janela, R$ 70 milhões. Ele vai ganhar perto de R$ 2,7 milhões por mês entre salário, luvas e premiações.
Dessa forma e com esse meu jeito “São Tomé”, posso afirmar que o Corinthians tem um excelente elenco para o restante da temporada, recheado de bons jogadores, todos capazes de ir adiante nas Copas (do Brasil e Sul-Americana) e tirar o time da incômoda e ardente posição entre os quatro piores do Brasileirão.
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Essa desculpa de o Corinthians não ter um elenco à altura de sua história e tradição virou balela depois das contratações milionárias feitas pelo presidente Augusto Melo.
Há muitos problemas no Parque São Jorge, mas não se pode dizer que os jogadores são ruins, pernas de pau ou algo do tipo em função dos resultados adversos, principalmente no Brasileirão. Se continuar nessa inhaca é por falta de vergonha na cara.
Depay é um atacante com técnica e qualidade. Aos 30 ano, pode não estar no seu melhor momento, mas está longe de ser um jogador desprezível. Pelo contrário. Não vou entrar aqui nos gastos com esses reforços e se todos eles valem o investimento quando o clube deve horrores na praça. Vou focar na qualidade dos jogadores de Ramón Díaz.
Ao lado de Depay, quando ele chegar e se chegar, o treinador argentino tem Yuri Alberto, Romero e Talles Magno. Os dois primeiros podem tirar proveito da qualidade dos novos companheiros e também mostrar um futebol melhor.
Romero altera altos e baixos. Yuri vive fase ruim e de cobranças. Mas o torcedor não se cansa de aplaudir Talles Magno, que chegou num dia, jogou no outro e já é um dos principais atacantes da equipe.
Saindo do ataque e analisando alguns dos jogadores do meio de campo, o Corinthians também está bem servido, com Rodrigo Garro, Raniele, André Ramalho, Igor Coronado, Alex Santana, Charles e Breno Bidon, por exemplo. São todos bons jogadores e que já entenderam o que é atuar pelo Corinthians.
Alguns são mais marcadores, outros mais ofensivos, mas é inegável a qualidade de todos eles. Há outros no setor que podem melhorar. A bola agora está com o treinador argentino.
A defesa é um problema para Ramón. Cacá alterna bons e maus momentos. Félix Torres e Gustavo Henrique estão no mesmo patamar, ora com boas atuações, ora com atuações comprometedoras. Falta um xerifão.
Da mesma forma, o time carece de laterais. Fagner teve o contrato renovado porque faltam atletas para a posição no futebol brasileiro. Ele não é mais o mesmo, mas ainda consegue ser o principal pela direita. Imagino que a diretoria comece a olhar com mais carinho para o setor. Hugo é um bom goleiro. Vai crescer. Ele ainda não está pronto, mas já caiu nas graças e tem a confiança do grupo.
O elenco forte, recheado de bons jogadores, aumenta a responsabilidade de Ramón Díaz. Elenco bom expõe treinador ruim. Seu desafio é transformar esses jogadores num time. Ele ainda não conseguiu isso.
O Corinthians ganha partidas nas Copas, mas também não joga bem. E não consegue ter os mesmos resultados no Brasileirão. O time está ameaçado de cair para a Série B. Deixou passar muitas rodadas sem conseguir reagir.
Tenho a impressão de que há rivais que querem empurrar a equipe para a Segundona, de modo a vender caro os resultados no Nacional. Mesmo com um elenco forte, Ramón e o Corinthians não terão vida fácil até o fim da temporada. Ganhar uma das Copas seria muito importante, mas nada se compara a evitar o rebaixamento.
