O Brasil precisava somar pontos nas Eliminatórias da Copa e foi isso o que o time fez contra o Equador no Paraná, na retomada da competição sul-americana: vitória por 1 a 0, com gol de Rodrygo no primeiro tempo. Foi a sétima rodada apenas, mas a seleção ocupava a sexta colocação, uma posição pra lá de incômoda. Subiu para quarto, com 10 pontos. O Brasil venceu nas Eliminatórias depois de quatro derrapadas: três derrotas e um empate. Futebol? O time pensou só nos três pontos.

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Foi um jogo fraco, fraquíssimo, em que o time de Dorival Júnior ficou mais com a bola, mas sem criação. O treinador, com tantos bons atacantes, concentrou a força da equipe na frente em detrimento do meio de campo. Apenas Paquetá tentava criar jogadas como um meia armador. Foi apenas razoável.

Conheça o lugar reservado ao atacante Rodrygo no vestiário: jogador fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Equador / CBF

Bruno Guimarães se esforçou para dar mais fluidez na saída de bola, mas sem tanta graça e categoria. Bruno é melhor marcando e correndo atrás dos adversários. Danilo e Guilherme Arana, os laterais, poderiam ajudar mais, aparecer mais como opções ofensivas, mas eles não fazem isso com qualidade.

O nosso objetivo era vencer. O grupo é novo. Não é desculpa. Agora é daqui para melhor. Vamos melhorar e ganhar também o próximo jogo.
RODRYGO NA GLOBO

Danilo nem sobe tanto. Arana sobe mais, mas para não se misturar com Vini Júnior, o lateral fecha pelo meio. A esquerda é do atacante do Real Madrid, indicado ao Bola de Ouro. Esses ajustes são importantes na sequência da seleção.

O Brasil jogou sem um 9 de ofício. Era para ser Pedro, que se machucou e foi cortado. A vaga deveria ficar para outro centroavante, Endrick, mas Dorival resolveu escalar Rodrygo pelo meio, como um falso 9. Bem falso mesmo. Ele fez o gol do Brasil como um 10, recebendo na entrada da área e chutando forte.

Eu me junto aos que querem ver um centroavante no Brasil. Dorival, se chegar a essa conclusão, tem opções.

O Brasil foi firme. Não foi um time pronto depois de mais de um mês de Copa América nos Estados Unidos. Dorival não abre mão de dois volantes, embora pudesse em algumas ocasiões. O Equador não ofereceu perigo para ter dois marcadores no meio. Mas depois do tetra em 1994, com Dunga e Mauro Silva, todo treinador brasileiro passou a adotar dois volantes. Alguns ainda pensam assim.

Luiz Henrique, do Botafogo, foi tímido em sua primeira partida. Normal. Estêvão entrou no seu lugar pouco antes da metade do segundo tempo. Também foi sua primeira partida na seleção. Teve menos tempo. Com sua entrada, o Brasil ficou com dois dribladores pelas pontas: ele na direita e Vini na esquerda. Mas sem meias, a bola chegou pouco para os velocistas habilidosos.

Estêvão ficou no banco de reservas, mas entrou no segundo tempo, fazendo sua estreia na seleção aos 17 anos / CBF

O Brasil não correu riscos. Se não fez um jogo vistoso, e não fez, foi, ao menos, firme. Não brincou nem perdeu a concentração. Não vi nenhum jogador que se destacasse. A seleção esteve mais perto de um time brigador e consciente, em que todos tinham suas funções e não abandonaram ela.

Penso que é desse jeito que devemos olhar para a seleção nesses primeiros passos de Dorival até a Copa do Mundo, em caso de classificação: esperar menos magia ou magia nenhuma e aplaudir mais transpiração, arroz com feijão, com poucos momentos de mais talento.

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