No dia 30 deste mês, Abel Ferreira completará quatro anos no comando do Palmeiras. Foi no fim de outubro de 2020 que o clube anunciou sua contratação. Ele chegaria ao Brasil dias depois para assumir o lugar de Vanderlei Luxemburgo. O presidente do clube era Maurício Galiotte.
O então desconhecido técnico português acordou inicialmente por duas temporadas. Portanto, ele já dobrou seu tempo de permanência no Palmeiras, na cidade de São Paulo e no Brasil.
O contrato de Abel com o Palmeiras vai até dezembro de 2025. Ele já deu pistas de que deixaria o clube, mas voltou atrás. Há um processo correndo na Fifa de um pré-acordo que ele teria assinado no Catar. Ele nega. O time é o Al-Sadd, que pede indenização de R$ 28 milhões. Se condenado, ele ou o Palmeiras vai ter de pagar.
A presidente Leila Pereira, depois de assumir o lugar de Galiotte, manteve o treinador no comando do time e estreitou o relacionamento dele com o clube. Ambos fazem uma boa parceria, de conquistas e reformulação no elenco.
Uma das bases de sua eleição três anos atrás foi manter Abel no comando. Ela repete o expediente agora, em campanha para sua reeleição. Leila preparou uma agenda positiva até a data da votação,em 24 de novembro. Ela já anunciou o acerto com a WTorre, de modo a faturar R$ 50 milhões, de cara, para o Palmeiras referentes a pendências atrasadas pelo uso do Allianz Parque. O total do acerto na Justiça é de R$ 117,1 milhões.
Leila já disse que gostaria que Abel permanecesse no Palmeiras até o fim do seu segundo mandato, caso ela seja reeleita. Ela é favorita e trabalha para isso. Os conselheiros aprovaram as duas candidaturas, dela e do adversário Savério Orlandi.
Mas desta vez, no entanto, entendo que a decisão de ficar ou ir embora está nas mãos do treinador. Não é mais por dinheiro. Nem por prestígio. É por projeto. Abel já desenhou a temporada do Palmeiras de 2025. Tem tudo planejado para o próximo ano. Há um Mundial de Clubes da Fifa no calendário.
Nem mesmo as eliminações do time na Libertadores e Copa do Brasil foram capazes de abalar seu crédito com diretoria e torcida. Fosse com outro treinador, o clube estaria em crise e Leila, enroscada em sua reeleição.
Se em outubro de 2020, quando chegou ao Brasil, Abel era um desconhecido, vindo do inexpressivo futebol grego, quatro anos depois ele é o treinador mais badalado do Brasil, com premiações individuais e conquistas coletivas.
O Palmeiras deve muito a ele. E ele deve toda a sua carreira até agora ao Palmeiras. O mercado se abriu para Abel como o mar fez para Moisés. Esse é o ponto. O treinador tem mercado na Europa.
O candidato da oposição no Palmeiras, Savério Orlandi, também já disse, se eleito, que vai manter Abel no posto. Abel tem falado de seu contrato até dezembro de 2025. Ainda não ousou ultrapassar essa data em suas declarações.
Nesses quatro anos no Palmeiras, Abel já deu sinais de desgaste e de sua vontade de ir embora. Já chutou alguns baldes. Mas também já fez juras de amor ao clube. Ele é estratégico e trabalha de mãos dadas com a direção. Abel é trunfo para os dois lados da eleição, mas é claro que funciona melhor expondo sua parceria com Leila.
Em dezembro de 2025, ele fará cinco anos no comando do Palmeiras. Tem a chance de colocar em seu currículo mais algumas conquistas, a começar pelo Brasileirão deste ano.
Depois disso, muitas perguntas devem ser feitas ao treinador:
1 – O que mais Abel pode tirar do Palmeiras?
2 – A partir de agora, se ficar por mais duas temporadas, até 2027, sua carreira tende a continuar subindo ou a cair?
3 – Ele entende que a reposição feita até agora no elenco fará com que o time continue competitivo?
4 – Ele se vê pronto para ganhar a Europa?
5 – Ele sonha com o dinheiro do mundo árabe?
6 – Ele pensa em Copa do Mundo?
7 – Sua família quer ficar no Brasil?
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Com Leila ou com Savério no comando do Palmeiras, Abel sabe que tem um contrato pronto para assinar se ele quiser continuar por mais temporadas no futebol brasileiro. Só depende dele.