O discurso de Abel Ferreira tem muitas pontas soltas. O Palmeiras caiu para a terceira colocação no seu grupo do Paulistão após o empate por 1 a 1 com o lanterna Água Santa, em jogo disputado no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.

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O treinador português admitiu que o time jogou mal. Todos viram. Reconheceu a montanha-russa, de altos e baixos, do Palmeiras em seu segundo mês de trabalho neste ano, entre a fase de preparação e os primeiros jogos da temporada. São oito partidas no Estadual. Já era para o Palmeiras estar mais bem fisicamente e jogando com sua principal formação, com um ou outro fora.

Abel não gosta do time que só empatou com o Água Santa, escala Flaco e apela para Rony no segundo tempo / Palmeiras

Quando Abel diz que é tempo de testar e dar oportunidade para todos os jogadores do elenco, ele volta algumas casas no tabuleiro, uma vez que ele e sua comissão técnica, assim como a torcida palmeirenses e os conselheiros do clube, já conhecem os atletas do grupo.

Abel sabe as necessiades do Palmeiras

Portanto, não faz sentido testar o mesmo elenco do ano passado. Ele tem de ter suas respostas nos treinamentos e coletivos na Academia e não nas partidas oficiais. E traz tudo o que viu em 2024.

Uma coisa é esperar cinco ou seis jogos para dar ritmo e condicionamento físico ao grupo para que os jogadores não sintam as dores de uma preparação mais intensa num curto período de tempo. Entendemos isso.

Time misto

Outra coisa é insistir com uma formação mista, com mais reservas do que titulares, principalmente quando o Palmeiras precisa somar pontos e afastar o risco de não se garantir faltando agora quatro jogos para o fim da fase de classificação. Abel fala como se estivesse começando do zero. É isso que não bate.

Palmeiras e Água Santa ‘amassam’ a bola em jogo fraco tecnicamente em Brasília, pelo Paulistão: 1 a 1 / Palmeiras

Também não bate quando o treinador diz que precisa colocar o elenco para rodar a fim de entender as “necessidades do time”. Ora, o seu planejamento foi feito no ano passado, muito antes do fim do Brasileirão.

De modo que ele e a presidente Leila Pereira, assim como o diretor Anderson Barros, sempre souberam das “necessidades” do Palmeiras em campo. Então, dizer que precisa entender essas “necessidades” é estória para boi dormir. O fato é que as contratações sugeridas não deram certo.

A grande maioria dos palmeirenses tem por Abel respeito e confiança em seu trabalho. Isso continua. Recentemente, membros da Mancha Verde tentaram vaiá-lo e foram abafados pelos torcedores comuns no Allianz Parque. Quando ele fala de gestão de elenco, é preciso prestar atenção. Mas o começo do ano do time é ruim, consequentemente o seu trabalho patina.

O único jogador que saiu do clube de supetão foi o zagueiro Vitor Reis, vendido ao Manchester City, diga-se, graças a algumas conversas de Abel com conhecidos do lado de lá. Tudo bem! O garoto era reserva. Sua ausência não pode ser apontada como o grande causador da fragilidade da equipe neste começo de ano.

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Abel pode estar mandando seu recado para Anderson Barros, que falhou na maioria das tentativas de contratação. Nem sei se o fardo deve ser carregado apenas pelo diretor de futebol. Mas parece que o treinador quer uma cabeça. Ele disse em Brasília que passou as posições carentes e os nomes dos jogadores para Anderson Barros contratar. Dinheiro no caixa tem. Mas quase nada deu certo.

O relógio corre contra o Palmeiras

Leila não quer romper com Anderson Barros. Disse que não vai fazer isso. Ela também está sendo cobrada pelas contratações que não deram certo. Abel vai alfinetando os dois em público, do seu jeito. Diz que o “mercado” precisa de tempo para se acomodar. Mantém as esperanças sem deixar de cobrar.

Ele sabe que há prazos para comprar, para chegar, para se adaptar e para jogar. Abel não tem esse tempo. O relógio, assim como os adversários e a pontuação no Paulistão, corre contra o Palmeiras.

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