Abel Ferreira não tem do que reclamar de seu elenco. Nesta quinta-feira, o Palmeiras confirmou o acerto com o atacante Maurício, do Internacional, por R$ 50 milhões. Ele assinou por cinco anos. O jogador tem 22 anos, joga pela ponta, mas também sabe atuar mais centralizado, como ele mesmo diz. Somente nesta temporada, o treinador teve sete novos atletas. Foram eles: Aníbal Moreno, Bruno Rodrigues, Caio Paulista, Lázaro, Rômulo e Felipe Anderson. Maurício completa a lista. Não é pouco. Nem em quantidade nem em qualidade.

A presidente Leila Pereira costuma dizer que contratações e dispensas passam necessariamente por ela, pelo treinador e pelo gerente de futebol. Tudo é decidido em conjunto. Quando Leila pediu para Dudu sair, na oferta do Cruzeiro, todos avaliaram ser essa a melhor solução. Dá para colocar nessa lista o garoto Estêvão, que veio das bases e pode ser considerado um grande reforço. A ausência mais sentida é de Endrick.

Abel Ferreira conversa com seus jogadores durante treino na Academia de Futebol / Agência Palmeiras

Abel teve falta de sorte com alguns desses reforços. Bruno Rodrigues se machucou e ainda não tem condições de atuar. Aníbal chegou, vestiu a camisa e arrumou um lugar no time. Caio Paulista, vindo do São Paulo, não vingou. Já está no clube há mais de seis meses e ainda não disse a que veio. Parece que lhe falta confiança. Não tem ajudado Abel. Lázaro entra e sai, sente dores e sempre precisa de um tempo para se recuperar. É preciso fazer um trabalho melhor com ele na fisioterapia. Rômulo é quem está demorando mais para jogar e fazer valer o investimento. Abel demora demais com ele. Em princípio, Rômulo não tem problemas físicos nem clínicos. Talvez seja apenas uma decisão do treinador, que ainda não achou um lugar para ele no time. E Felipe Anderson só pode jogar em julho por causa da janela.

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Abel pediu para que ninguém mais fosse negociado, mas não tem essa certeza, embora Leila jurou de pés juntos que acabou a temporada de vendas no Palmeiras. Prefiro esperar. Além das ofertas que podem chegar da Europa, há o desejo de alguns de mudar de ares.

Abel precisa acelerar

Abel precisa acelerar esse novo Palmeiras para o segundo semestre, não exatamente para agora, mas para as etapas decisivas dos torneios. Copa do Brasil e Libertadores são os alvos, uma vez que nessas competições não há o desgaste das partidas seguidas do Brasileirão. Abel aposta alto no mata-mata. Na Libertadores, o time enfrenta o Botafogo nas oitavas. A Copa do Brasil ainda não definiu seus confrontos.

Treino do Palmeiras na Academia comandado por Abel Ferreira: elenco forte nesta temporada / Agência Palmeiras

Essa troca de pneus com o carro em movimento é uma situação que o Palmeiras aprendeu a fazer há alguns anos. Vem dando certo. Faz isso para manter o time competitivo. Mas entendo que o ciclo de alguns já está no fim, como disse Leila sobre Dudu, provocada pelo desejo do próprio jogador. A eleição de Leila no fim do ano dará novos horizontes ao Palmeiras, inclusive com a permanência de Abel por mais três anos. Ele tem contrato até o fim de 2025.

Surra contra o Fortaleza

Talvez haja uma razão para Abel ter escalado quatro laterais contra o Fortaleza: Marcos Rocha, Mayke, Caio Paulista e Piquerez. O resultado disso foi um desastre na derrota por 3 a 0. Mas como o próximo jogo é contra o Corinthians, com Wesley e Mosquito espetados pelas pontas, talvez Abel tenha começado a trabalhar um jeito de fechar os rivais nesses setores.

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No Castelão, o que se viu foi uma surra do time da casa, com gols e gritos de “olé” e sem qualquer sombra de reação. Abel reconheceu que suas ideias não deram certo. Perdeu a chance de assumir a liderança do Brasileirão. O treinador subestimou os jogadores adversários, o esquema do Voyvoda e seus próprios atletas. Apanhou feio.

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