Da série ‘o Corinthians não tem um dia de paz’, temos um novo capítulo no histórico das dívidas acumuladas pelo clube, cujo balanço apontou um total de R$ 2,39 bilhões em “papagaios” de origens diversas. E agora o Corinthians não pode mais se dar ao luxo de não pagar suas dívidas – ou pagá-las só quando bem entender.

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Além da frente aberta pelo regime Centralizado de Execuções (RCE) recentemente ratificado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que impõe um calendário de pagamentos das dívidas acumuladas com fornecedores e outros detentores de crédito em haver, o clube agora está prestes a ter de acertar contas em outra instância, sob pena de severas punições esportivas.

Talleres pede na Justiça, envolvendo a Fifa, R$ 60 milhões ao Corinthians pelo contrato do meia Rodrigo Garro / Corinthians

Ações no CAS

Isto porque a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) está analisando o pleito de recurso que o clube encaminhou ao órgão para contestar as ações movidas por Talleres, da Argentina, e Santos Laguna, do México, relativas às negociações de dois jogadores importantes do elenco: Rodrigo Garro e Félix Torres.

De modo que a entidade convocou audiências para o clube brasileiro se posicionar em relação às duas acusações de calote, que, juntas, totalizam quase US$ 10 milhões (aproximadamente R$ 60 milhões na cotação atual). No dia 30 de abril, será discutida a ação movida pelo Talleres no caso Garro. No dia 7 de maio, será a vez da pendenga envolvendo a compra do zagueiro equatoriano Félix Torres.

Matías Rojas: R$ 40 milhões

Vale lembrar que o Corinthians já foi condenado pela Fifa nos dois processos, em setembro e outubro do ano passado. Diante disso, apelou para um recurso junto ao CAS, que é um instrumento que funciona como a última instância da corte que analisa ações desse tipo. É lá que o Corinthians tenta dar uma última cartada para se livrar da condenação ou buscar um acordo que reduza os valores em questão.

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Ocorre que no dia 29 de abril também haverá uma audiência para tratar do caso do meia Matías Rojas. Na Fifa, o clube brasileiro já foi condenado a pagar mais de R$ 40 milhões ao jogador paraguaio, que denunciou a falta de pagamentos de salários nos poucos meses em que ficou no clube. Rojas, no entanto, não foi contratado pela atual gestão, que só herdou o abacaxi criado pela administração de Duílio Monteiro Alves. Mas, no fundo, o cofre é o mesmo.

Félix Torres também tem seu contrato questionado na Corte Arbitral do Esportes contra o Corinthians / Corinthians

Transfer ban da Fifa

Se não conseguir reverter a situação desses casos na instância de apelação, e não pagar o que deve de acordo com o desfecho das ações, o Corinthians estará sujeito a uma grave punição, além do dinheiro: um transfer ban da Fifa. O que isso significa? Por conta do calote, o clube ficaria impedido de contratar e registrar jogadores por um determinado período, até que zere os débitos. Isso já aconteceu no ano passado, e o Corinthians precisou dar seus pulos para pagar a ação movida pelo zagueiro Balbuena, na ordem de R$ 7 milhões.

Com uma dívida que cresce em progressão geométrica, com credores batendo na porta do Parque São Jorge e apelando para os tribunais, com uma folha de pagamento inchada pela necessidade que o time tinha de evitar o rebaixamento no ano passado, o Corinthians está numa sinuca de bico mais uma vez.

Não há receitas para tanto

As receitas, ainda que muitas e milionárias, são insuficientes para cobrir a gestão do dia a dia do clube e ainda quitar os atrasados cobrados na Justiça. Na boca do caixa do departamento de contas a pagar, o Corinthians tem sido guiado pelo critério das urgências mais urgentes. E certamente nesse malabarismo financeiro está a certeza de que a consequência de um transfer ban da Fifa pode ser fatal para quem ainda acredita na montagem de um time mais forte.

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