O encontro de Memphis Depay e Neymar era um dos grandes atrativos do clássico disputado na noite desta quarta-feira, dia 12, na superlotada Neo Química Arena, que registrou seu novo recorde de público com 47.695 pagantes. O Corinthians ganhou por 2 a 1 do Santos.

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A par da disputa pelos três pontos, os dois jogadores demonstraram carinhos mútuos e respeito recíproco. Não faltaram abraços, conversas ao pé do ouvido, sorrisos, provocações amistosas… cenas de companheirismo que culminaram com a troca de camisas e até os pares de chuteiras (da mesma marca) usadas por eles no jogo. Um luxo só!

Memphis joga muito contra o Santos no primeiro clássico de Neymar em sua volta ao Santos / Corinthians

Mas cada um levou para casa uma recordação diferente deixada pelo jogo em si. Enquanto Depay viveu uma noite de glória especial, sendo brindado com a camisa 10 que foi de Rivellino e era de Garro, Neymar ainda sentiu o peso de um processo de readaptação à volta ao futebol de alto nível, depois de meses parado por lesões e jogos de baixa intensidade no futebol saudita.

Neymar precisa de tempo

Nesse contexto, Memphis Depay brilhou em campo, fez uma jogada de craque no segundo gol de Yuri Alberto e comprovou que com ele em campo o Corinthians é um time renascido, no qual a torcida pode confiar.

Já Neymar cumpriu seu terceiro jogo sem gols e sem vitórias na sua volta ao Santos, deixando claro que ainda está fora de forma física e deslocado num time que não parecia mais acostumado a jogar em função de uma única estrela.

Tanto assim que o Santos jogou melhor nos minutos em que Neymar já estava descansando no banco, estimulado pela entrada de Soteldo e outros jogadores de menos cartaz e mais gás.

A torcida do Santos vai precisar ter paciência com Neymar. E Neymar vai precisar ter paciência para entender que aquele jogador insinuante, cirúrgico e letal do passado talvez não exista mais.

Neymar faz um primeiro tempo bom, com boas jogadas e chance clara de marcar seu primeiro gol no Paulistão / Santos

O peso dos dramas do passado não pode ser camuflado nos momentos em que o jogador é posto à prova. Seu talento é inegável. Seu poder de sedução com a bola jamais morrerá. Mas já lhe faltam respostas para nuances do jogo que antes pareciam fáceis.

Qual é a posição de Neymar?

Seu posicionamento em campo, por exemplo, ainda é uma incógnita. Ele está jogando de meio-campista, de ponta-de-lança, de armador, de articulador… ninguém sabe. Neymar ainda tenta achar seu espaço, precisando equilibrar suas virtudes com as atuais deficiências, até naturais para quem passou tanto tempo lesionado e fora de combate.

Óbvio que ele pode decidir um jogo num lance de genialidade, num drible, num chute enviesado, numa cobrança de falta perfeita. Mas no conjunto das demandas para um jogador do seu quilate, isso é pouco.

Todos esperam mais de Neymar. Inclusive ele, com toda certeza. Mas não é hora de cobranças exageradas. Isso porque ele ainda tem muito crédito. E um craque como ele sempre tira uma solução da cartola nos momentos de maior aflição.

É preciso respeitar Neymar como Depay o respeitou em campo, tratando-o com reverência. Com açúcar e com afeto.

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Só não precisava reclamar da bola. A queixa, fora de qualquer contexto, pareceu desculpa de mau perdedor. Sem entrar no mérito se a bola fornecida pela Penalty para o Paulistão já há muitos anos é boa ou ruim, o fato é que ela é assim para todos os jogadores.

Bola ruim

Reclamar da bola cai melhor para os pernas-de-pau das peladas de fim de semana, que culpam a bola pelo simples fato de ela ser redonda.

Do lado corintiano, Memphis Depay parece viver uma eterna lua-de-mel com o clube, a torcida, os companheiros e o gol. Ele assumiu o espírito do que é ser corintiano, e está sempre pronto para lutar pelo resultado.

Yuri Alberto é festejado pela torcida do Corinthians após um dos seus dois gols contra o Santos, de Neymar / Corinthians

No clássico até demonstrou um certo nervosismo, parecia pilhado em alguns lances, reclamou da arbitragem e peitou alguns adversários sem a menor necessidade. Mas quando a bola chegou nele, fez a diferença que está encantando a Fiel.

Trio MGY

O lance do segundo gol corintiano é emblemático sobre a importância de Depay, Garro e Yuri Alberto. Os três se completam, jogam por música, parecem ler os pensamentos uns dos outros. De pé em pé, fazem combinações perfeitas, que quase sempre resultam em gols. Muitos gols: com os três em campo, desde a chegada de Memphis, o Corinthians fez 35 gols – sendo 27 deles.

Com esses jogadores dá até para arriscar o palpite de que o Corinthians é o favorito ao título do Paulistão, um prognóstico que ninguém ousaria fazer, nem o mais fanático corintiano, nos últimos quatro anos de seca pelos lados do Parque São Jorge. Já não resta mais dúvidas que com Memphis, Garro e Yuri, a bola tá rolando redondinha…

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