Ninguém da diretoria do São Paulo ou da comissão técnica de Luis Zubeldía está preocupado com James Rodríguez. A volta do meia colombiano deve acontecer na segunda-feira, de modo a ele se reintegrar ao elenco depois de ganhar o prêmio de melhor jogador da Copa América. A Colômbia ficou em segundo lugar, após perder para a Argentina, de Lionel Messi, na final em Miami.
A diretoria não vai pressionar o treinador para escalar o atleta. Longe disso. Todos já deram declarações nesse sentido. Zubeldía também não se sente pressionado a arrumar um lugar para James por causa de sua boa campanha nos Estados Unidos. Esse tipo de pressão e cobrança não existe no Morumbi. Tampouco há uma legião de torcedores são-paulinos pedindo a entrada do colombiano no time.
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A boa fase do São Paulo ajuda a deixar o ambiente saudável e tranquilo. Mas isso não quer dizer que James Rodríguez não tenha condições de cavar seu lugar no meio de campo do tricolor, se não na condição de titular, ao menos para jogar algumas partidas, dependendo do adversário.
Nessa engrenagem é preciso ouvir apenas uma pessoa, que ainda não se manifestou sobre sua atual situação no São Paulo. É o próprio James Rodríguez. Ele fez duas manifestações nesse sentido: a primeira pedindo para sair e a segunda pedindo para voltar. Como tem contrato até junho de 2025, o presidente Julio Casares não tem para onde correr a não ser aceitar o jogador de volta e esperar por dois encaminhamentos: que James treine como um maluco e convença Zubeldía de que ele deve jogar e esperar por uma proposta na janela de transferência.
A primeira opção depende do jogador. Até antes da Copa América, ele nunca foi esse leão de treino pedindo passagem. James tem 33 anos. O que mais anima o comando do Morumbi neste momento, caso ele não se torne no São Paulo o jogador que foi na seleção colombiana e no torneio dos Estados Unidos, é receber uma oferta por James. Isso resolveria dois problemas com uma única ação. O São Paulo se livraria do jogador e o jogador seguiria seu caminho na carreira.
É pouco provável que na fase do São Paulo, James encontre um lugar no time. Jogaria na vaga de Lucas? Não. Jogaria na vaga de Luciano? Não. Na vaga de Ferreirinha? Não. Na vaga de um dos volantes? Não. Na vaga de Calleri? Também não.
Há ainda uma segunda situação importante: Zubeldía gosta do time mais vibrante e elétrico, rápido e agressivo, de mais correria e pressão. James é o oposto de tudo isso. Ele é do estilo de pegar a bola, levantar a cabeça e fazer o passe ou o lançamento. Não é vertical como prefere o treinador.
O São Paulo tem 100% dos direitos federativos de James. Há um valor mínimo de 5 milhões de euros, perto de R$ 30 milhões. O clube tem mais seis meses para negociá-lo. Em janeiro, James já pode assinar um pré-contrato. Não descarto a possibilidade de o clube do Morumbi aceitar a parcelar a venda do colombiano até o fim do seu contrato.
Seu nome foi ventilado na Espanha, mas até agora ele não aparece na intenção de compra de nenhum dos 20 clubes da LaLiga. Há a possibilidade de uma oferta vir do futebol francês, mas também ainda nada foi confirmado. James quer terminar sua carreira na Europa.