Os casos de Robinho e Daniel Alves precisam ser observados e entendidos muito além de suas condenações e penas impostas e em fase de execução. Tanto Robinho quanto Daniel Alves estão presos. Isso é uma mudança importante na sociedade e na conduta das pessoas, ricas ou famosas, importantes ou sem importância. Ninguém está acima da lei. Nem mais a turma do futebol, endinheirada e sempre desavisada ou com uma desculpa pronta na ponta da língua.

Isso acabou. Ou pelo menos essas duas condenações abrem caminho para que acabe.

Esses dois episódios, conduzidos pela Justiça da Itália e Brasil, no caso de Robinho, e da Espanha, no que diz respeito à condenação de Daniel Alves, passam a ser referência para todos os esportistas, mas não somente para eles. É uma mudança que deve atingir a sociedade, com todos os seus reflexos, de modo a deixar claro e cada vez mais claro que crimes dessa natureza ou de qualquer outra natureza serão levados à Corte.

Ambos os casos referem-se a estupro ou, como é chamado na Espanha, agressão sexual. Vale lembrar que os jogadores foram reverenciados na Europa anos atrás quando jogavam futebol e ambos estiveram na seleção brasileira com méritos. Daniel Alves disputou a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Não faz muito tempo.

O esporte brasileiro muda após as prisões de Robinho, em Santos, e Daniel Alves, em Barcelona, mesmo que ainda as leis espanholas tenham em suas amarras o pagamento de fiança para crimes como agressão sexual. Daniel tenta conseguir 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) para cumprir pena de quatro anos em liberdade vigiada. No caso de Robinho, isso não é possível porque as leis brasileiras não permitem que crimes de estupro tenham fiança. Não há dinheiro que permita comprar a liberdade. Recentemente, temos tido muitos casos de jogadores envolvidos com agressão a mulheres e namoradas, condutas impróprias e condenável.

Daniel Alves: preso por estupro na Espanha / CBF

Tanto Robinho quanto Daniel Alves não vão ficar muito tempo atrás das grades. Há normas e regras que devem ser respeitadas e seguidas na Justiça e que vão reduzir os tempos das prisões dos dois atletas brasileiros condenados na Europa em países diferentes. Não importa. Essa é uma outra discussão. O que deve ficar para todos nós é que ambos estão presos por um crime que cometeram e que nunca admitiram. Foram julgados e condenados.

Daniel já está preso há 14 meses em Barcelona. Robinho foi detido na quinta-feira, dia 21 de março. É disso que estamos falando. Os casos precisam e vão servir de exemplo.

Eles vão recorrer e sustentar suas versões até o fim. É um direito deles. O fato é que a Justiça entendeu que Robinho e Daniel cometeram os crimes dos quais foram acusados.

A prisão dá um alento às vítimas, que esperaram por esse momento e viveram meses e anos desconfiadas e inseguras com a Justiça e com as leis dos homens. Não tiveram paz e talvez nunca mais sejam as mesmas pessoas de antes, mas agora, mesmo que tardiamente, elas podem ter o conforto e a certeza de que criminosos foram julgados, condenados e presos. Vão pagar pelos seus crimes. O desfecho, com todos os seus problemas ao longo do tempo, também precisa ser visto como um ganho para as mulheres, que passam a ser mais protegidas ou ao menos ter essa sensação de que a Justiça está de olho, pronta para entrar em ação.

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3 COMENTÁRIOS

  1. […] Com a prisão de Robinho no Brasil por condenação de nove anos de estupro coletiva na Itália, uma fuga de Daniel para o seu país perde totalmente o sentido, a não ser que ele fuja para local não identificado e se esconda o restante de sua vida. Caso contrário, ele também seria preso no Brasil. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) abriu caminho para que todos os brasileiros condenados fora do Brasil possam cumprir penas em “casa”. Um crime lá fora também é um crime no Brasil. Então, agora, depois da prisão de Robinho em Tremembé II, de nada valeria uma fuga de Daniel para o Brasil. Mas nunca se sabe o que, de fato, passa na cabeça de um condenado. […]

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