Augusto Melo pode sofrer impeachment na segunda-feira em reunião do Conselho do Corinthians

O Corinthians vai ferver na próxima segunda-feira, dia 20, quando o processo de impeachment do presidente Augusto Melo será retomado pelo Conselho Deliberativo do clube. Os 302 conselheiros do Parque São Jorge vão votar pelo pedido de afastamento do dirigente, eleito no fim de 2023, quebrando a hegemonia que mandou no Corinthians nos últimos 16 anos, liderada pelo então presidente Andrés Sanchez.

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Primeiramente é preciso entender do que Augusto Melo é acusado. Ele é acusado de gestão de risco e conduta imprópria na administração das finanças do clube, principalmente no caso mal-explicado da patrocinadora Vai de Bet e da comissão paga a terceiros no contrato. Má gestão não coloca presidente abaixo. Desvio de dinheiro, sim. O processo é administrativo e político.

É a terceira vez que o conselho se reúne para isso. A comissão de ética do Corinthians aconselhou a esperar pelos resultados da investigação policial sobre o caso. Também houve uma liminar de proteção ao presidente.

Assim, até segunda-feira, quando todos vão se reunir novamente, o clube já deverá ter um parecer da apuração conduzida pela Polícia. A votação precisa de maioria simples para decidir. Muitos conselheiros estão ressabiados de aparecer no clube.

Haverá ameaças aos conselheiros do lado de fora do Parque São Jorge. Augusto Melo conseguiu manter a torcida organizada do seu lado, de modo a ter uma “infantaria” lutando pela sua permanência no cargo.

É provável que liminares apareceram dos dois lados, para parar com a votação, mas também para derrubar o pedido de paralisação da votação. A oposição quer a saída imediata do dirigente.

Aliás, o Corinthians está com os salários atrasados dos jogadores e colaboradores. Prometeu pagar até segunda. Ainda não há confirmação do governo de que a patrocinadora Esportes da Sorte pode operar no Brasil, o que dificulta ainda mais a situação de Melo. Foi ele que fechou com o site de apostas aporte de R$ 304 milhões por três anos.

Por outro lado, o presidente chama o movimento de “golpe” e a torcida uniformizada grita que “não haverá golpe no Corinthians”. A polícia, mais uma vez, será acionada. Ela deixará de fazer o seu trabalho para a sociedade e se concentrará nas imediações do clube.

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De tal sorte que, se a reunião for até o fim desta vez e o pedido de impeachment se confirmar, Augusto Melo terá de deixar o cargo imediatamente. O primeiro vice-presidente Osmar Stábile assume o posto e chama os associados do clube para uma Assembleia Geral em cinco dias.

Eles vão votar pelo “sim” ou “não” do afastamento de Melo. Em caso de “sim”, o novo presidente interino terá de 30 a 60 dias para organizar uma nova eleição. A oposição conta com isso para voltar a ser situação e retomar o controle do Corinthians.