A seleção brasileira de futebol feminino conseguiu seu terceiro milagre nos Jogos Olímpicos de Paris, ao derrotar nesta terça-feira a campeã mundial Espanha por 4 a 2, na melhor apresentação do time de Arthur Elias no torneio.
Foi uma surra daquelas. Foram quatro gols, mas poderia ter sido mais. Já que o time está sendo abençoado em Paris, falta mais um milagre: vencer os Estados Unidos na final de sábado e ganhar o tão sonhado e inédito ouro olímpico. Tudo isso ocorre meses depois de a Fifa anunciar a próxima Copa do Mundo no país, em 2027. O Brasil volta à final Olímpica depois de 16 anos.
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Não será fácil superar as americanas. Nunca foi. A prata já está assegurada, o que faz o futebol feminino igualar suas duas melhores campanhas, conquistadas nos Jogos de Atenas, em 2004, e Pequim, em 2008, quando o Brasil também ficou em segundo lugar no pódio.
E sabe para quem a seleção brasileira perdeu esses dois ouros? Para os Estados Unidos. Então, podemos dizer que será um acerto de contas. Desta vez será um jogo mais equilibrado em relação aos duelos do passado porque os EUA eram o melhor time no começo do século. Não são mais.
É difícil de acreditar. A gente se fechou e passou a acreditar. Jogamos bem contra a França e isso nos deu confiança. Houve muitos problemas, com contusões, mas a gente acreditou.
ANGELINA AO SPORTV
Depois dessa vitória extraordinária do Brasil sobre a Espanha, o Brasil ganhou respeito e muita confiança e deixou o torcedor animado. O time não vinha jogando bem. Mas agora há no país a esperança da conquista do ouro.
A seleção brasileira eliminou as duas rivais mais difíceis da competição, França e Espanha. Foram o segundo e o terceiro milagres, uma vez que o time vinha mal e desacredito, com a expulsão de Marta e a lesão de Antônia. Parecia tudo errado e, de repente, a goleada na Espanha.
O primeiro milagre ocorreu na fase de grupos após duas derrotas, uma delas para a mesma Espanha desta terça, e a outra para o Japão. O Brasil só ganhou da Nigéria e ficou com saldo negativo de dois gols. Mesmo assim, seguiu na disputa como um dos melhores terceiros colocados. Agora está na final de Paris 2024 contra os Estados Unidos, em jogo marcado para sábado, ao meio-dia.
Feliz por ser uma medalhista. Agora, vamos jogar pelo ouro contra os Estados Unidos. O sentimento da fase de grupo é outro. Colocamos o coração na ponta das chuteiras no mata-mata.
LORENA
Duas pratas
Em Atenas, sob o comando de René Simões, a seleção perdeu o ouro olímpico na prorrogação: derrota por 2 a 1 para as americanas. Quatro anos depois, em Pequim 2008, com Marta e Cristiane no comando do ataque, nova decepção: derrota também na prorrogação por 1 a 0 para os Estados Unidos. O técnico era Jorge Barcellos.
Depois de tudo o que fez e sofreu em Paris 2024 e com essa apresentação nota 10 diante da campeã mundial Espanha, o torcedor guarda sua corneta e passa a acreditar no ouro. O futebol é assim. Mesmo a prata, já garantida, é totalmente fora das projeções. Não custa então acreditar num quarto milagre olímpico. Marta, suspensa por duas partidas, terá uma despedida digna da sua história. O jogo final será em Paris.