O Brasil se despede da Copa América após perder nos pênaltis para o Uruguai nas quartas de final sem deixar nada de bom. O time nacional volta para casa mais cedo, sem conseguir fazer uma boa fase preliminar, de grupos, e com um duelo enroscado e de pouca inspiração contra o rival comandado por Marcelo Bielsa.

A Copa América pouco acrescentou à seleção brasileira, ainda longe de ser um time coletivo e de individualidades seguras e confirmadas. O torcedor não sabe o que esperar. Ou não espera mais nada dela. De modo geral, com os jogos simultâneos da Eurocopa, apenas com horários mais cedo na programação do dia, ficou evidente que o Brasil está não somente longe de encontrar seu bom futebol, como muito atrás das seleções médias da Europa. Por exemplo, todas aquelas que foram eliminadas das quartas da competição europeia são melhores e mais competitivas do que o Brasil.

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Estou me referindo aos rivais como Alemanha, Turquia, Portugal e Suíça, todos eliminados. E olha que não estou nem comparando a seleção brasileira com as europeias que se classificaram, como Espanha, França, Inglaterra e Holanda.

Raphinha foi um dos poucos do Brasil a ter uma boa atuação diante dos uruguaios / CBF

Mas por que essa comparação agora? Porque o Brasil tem de pensar e olhar para a Copa do Mundo de 2026, de modo que não há nesse processo começado tardiamente pela CBF com Dorival Júnior, depois de vagar na escuridão de Ramón e Fernando Diniz, qualquer luz no fim do túnel. A escuridão ainda é grande. O Brasil está na idade da pedra.

O nosso desempenho não foi bom. Não quer dizer que temos de jogar tudo para o ar e comeÇar de novo. Tivemos dificuldades para encontrar os espaços. Temos de melhor.
MARQUINHOS

A seleção brasileira tem o enorme desafio de voltar a jogar bem e ser convincente e ter, ao mesmo tempo, os resultados que precisa. Entrega apenas não ganha jogo, como vimos os turcos diante da Holanda.

O futebol brasileiro das seleções está no fundo do poço. Vale lembrar que, além da eliminação na Copa América, a tão propagada “amarelinha” padece nas Eliminatórias, em uma sexta posição perigosa e amarga, e também não vai disputar a Olimpíada de Paris com a versão masculina. Uma derrota como foi diante do Uruguai tem esse poder: de escancarar problemas antigos e de gestão da CBF.

No campo, em Vegas, o Brasil não teve lucidez em nenhum momento da disputa. Não teve meio de campo, um pecado para a história do time nacional. Não teve um camisa 10 nem um camisa 8. Rodrygo e Paquetá falharam na função de conduzir a equipe nesse setor. Os volantes passaram a levar a bola para frente no peito e na raça, sem qualidade, apesar da disposição.

Dorival Júnior demora mais uma vez para mexer no Brasil após expulsão de um jogador do Uruguai / CBF

Contra os uruguaios, nada funcionou. Não teve futebol, apesar de Dorival ter visto evolução. Não é verdade. As melhores partidas do Brasil sob seu comando ainda foram nos amistosos iniciais contra Inglaterra e Espanha.

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Dorival tem oito jogos no posto. Mostrou-se menos corajoso do que poderia ser. Em torneios de tiro curto, tem de agir mais rapidamente. Demorou para colocar o Brasil para frente em algumas ocasiões, como no jogo contra a Colômbia e também diante do Uruguai. Não previu as marcações individuais do time de Bielsa. Alguns de seus principais jogadores não corresponderam. O Brasil precisa de um milagre.

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