O Brasil consegue seu segundo milagre no futebol feminino em Paris: ganha da França por 1 a 0 e avança para a semifinal da Olimpíada. O time não tinha Marta, suspensa por duas partidas, e contou com a boa atuação da goleira Lorena, que defendeu um pênalti quando o jogo estava empatado sem gols. Foi a primeira vitória em 12 jogos.

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A trave também ajudou a equipe brasileira. O primeiro milagre aconteceu dias antes, com a classificação para as quartas com apenas uma vitória e saldo de gols negativo (2). Não jogaram nada na primeira etapa.

Queria agradecer a Deus e mandar um beijo para minha esposa. Às vezes as pessoas não sabem o quanto trabalhamos. Fazemos de tudo para entregar. Nem sempre o resultado vem. Isso é o Brasil. Nosso jeito. Não vai faltar entrega. Vamos comemorar pra caramba hoje. Ganhamos do jeito brasileiro.
LORENA

Gabi Portilho fez o gol da vitória diante das francesas, de contra-ataque e confiança. Ninguém apostava no Brasil. Escrevi aqui que as quartas iriam zerar a má campanha do time de Arthur Elias. Tudo ficaria mais igual, mesmo sem Marta. E assim foi.

Gabi Portilho explode em alegria após marcar o gol da vitória do Brasil diante da França nos Jogos de Paris / CBF

Era para ser assim. Vai entender! O Brasil não está entre as melhores seleções do mundo, longe disso, mas agora se garante entre as quatro credenciadas para ficar com o ouro em Paris. Ouro inédito, diga-se. Só o futebol é capaz disso, de fazer um time inferior superar um rival melhor. O Brasil, masculino e feminino, já esteve na posição contrária, quando era melhor e foi derrotado. Desta vez, foi o contrário.

Deus é brasileiro? Foi. O time volta à semifinal depois de oito anos da Rio-2016. O futebol feminino tem duas pratas, em Atenas (2004) e Pequim (2008).

Nem estou acreditando. Minha equipe me deu forças e me incentivou. Estamos na semifinal. É um campeonato muito difícil. Mas vamos até o fim. Revanche contra a Espanha. Vamos em busca desse pódio e dessa medalha de ouro.
GABI PORTILHO

O time vira um franco atirador nos Jogos Olímpicos. Já era para ter voltado para casa. Não voltou e agora joga mais leve, ou pelo menos tem de jogar dessa forma. É hora de brincar em Paris, claro, com responsabilidade.

Yasmim, lateral-esquerdo do Brasil, ajudou o time a segurar os avanços da França nas quartas de final / CBF

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O fim do jogo contra as francesas, com 18 minutos de acréscimos que não acabavam nunca, foi como a gente gosta de ver, com a bola nos pés, correndo nos espaços vazios, tocando e sendo perigoso. Não foi assim na maior parte do tempo. Com a vitória, o Brasil volta a campo contra a Espanha, na terça-feira, 16h de Brasília, para quem o time perdeu na fase classificatória. Se ganhar, vai brigar pelo ouro e já garantir a prata. Voltamos a sonhar. Seja o que Deus quiser!

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