A seleção brasileira encontrou a dificuldade de sempre quando enfrenta um time fechado e montado para se defender com todos os seus jogadores. Foi assim no empate com os Estados Unidos na Flórida diante de 60 mil torcedores. Não havia espaço para a atuação dos brasileiros e o time de Dorival Júnior se embolou com os americanos. Preferiu as jogadas pelo meio, com raros ataques abertos pelas pontas, quase sempre pela esquerda com Vini Jr.

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O trio de ataque formado pelo jogador do Real Madrid, Rodrygo e Raphinha teve boa movimentação, sem guardar tanta posição, embora Raphinha tenha permanecido mais na direita. O problema foi que não havia espaço para nada. Paquetá fez um jogo burocrático. Ele não entendeu sua importância no setor de criação. Ele era responsável em armar o time, ficar mais com a bola e acionar os companheiros de frente. Não fez nada disso. Escondeu-se atrás da marcação. A criação ficou sob responsabilidade dos volantes. Uma saída para Dorival é colocar Rodrygo no lugar de Paquetá e escalar Endrick no ataque.

Brasil empata com os Estados Unidos em amistoso na Flórida diante de 60 mil torcedores / CBF

O gol de Rodrygo foi bom, com o pé esquerdo, depois de receber bom passe na entrada da área de Raphinha. Vini foi quem mais tentou o jogo individual, o um contra um que Dorival pediu na véspera. Mas o empate dos Estados Unidos ainda no primeiro tempo fez com que o anfitrião mantivesse seu esquema defensivo embolado e firme na defesa, com todos os seus jogadores.

O gol americano foi de falta, de Pulisic, em falha do goleiro Alisson. A bola passou do seu lado, onde ele estava. Dessa vez, o amistoso teve mais cara de amistoso e a seleção não conseguiu se safar de um meio de campo marcador e de uma defesa que não arredava o pé de sua área. Endrick, Savinho e Martinelli entraram no segundo tempo. Deram mais suador, com mais arremates, mas também não conseguiram muita coisa. Savinho foi até melhor atuando pela direita.

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O Brasil teve menos pressa, menos intensidade e pouca criação. A defesa continua marcando de longe. A marcação dupla e até tripla dos americanos não permitiu que o time de Dorival avançasse com liberdade na frente. Houve muita bola dividida e muitas trombadas. O Brasil vai precisar encontrar soluções individuais e coletivas para situações desse tipo na Copa América.

Rodrigo marca contra os Estados Unidos em empate por 1 a 1 na Flórida antes da Copa América / CBF

Vai encontrar rivais melhores e tão fechados quanto os Estados Unidos. O empate não significa muita coisa, assim como não significou a vitória contra o México dias antes. A fase de amistosos acabou. Foram quatro sob o comando de Dorival, com duas vitórias e dois empates, e seis gols sofridos. O Brasil está longe de ser favorito na Copa América. Vai jogar com a força da sua camisa, mas com um time engatinhando no gramado. Dorival terá de recuperar o tempo perdido de seus antecessores e dos equívocos da CBF.