O futebol brasileiro está implacável com os treinadores. É uma profissão de risco, de risco de perder o emprego após os primeiros resultados ruins, pressão da torcida ou mesmo com o estado de espírito dos presidentes de clubes.

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Num passado não muito distante, os dirigentes tinham um pouco mais de pudor e até respeito com os técnicos. Havia mais paciência e até um mal-estar nas demissões. Tudo isso não existe mais. Os treinadores são descartáveis quando os resultados de campo não acontecem. Eles são facilmente trocados com a esperança de mudança e a certeza de que são os maiores responsáveis pelas derrotas.

Pedro Caixinha fez um bom trabalho no Bragantino, mas patina com o Santos no Brasileirão 2025 / Santos FC

Renato Gaúcho, por exemplo, já é carregado nos braços porque obteve duas vitórias seguidas no comando do Fluminense, clube que o tirou da praia e o contratou para o lugar de Mano Menezes. Em compensação, Pedro Caixinha, que era aclamado no Bragantino, passa pelo processo inverso ao de Renato no Santos e pode ser demitido nesta semana.

Nem o técnico da seleção tem paz

O desapego ao treinador não isenta nem mesmo a seleção brasileira, que mandou Dorival Júnior embora depois de resultados ruins nas Eliminatórias da Copa do Mundo. O Brasil vai se classificar, mesmo assim o técnico foi demitido. Dorival foi contratado pela CBF na vaga deixada por Fernando Diniz, que também entrou no lugar de Ramon Menezes. Nenhum deles deu certo e o posto está vago neste momento. A bola da vez é Jorge Jesus.

Dorival Júnior chegou para comandar a seleção até a Copa do Mundo de 2026, mas foi demitido pela CBF / CBF

Os clubes apresentam esses treinadores com pompa e alegria, camisas com seus nomes nas costas e salários altíssimos. Na chegada, há sempre a certeza de que o clube está fazendo a coisa certa. Os dirigentes se enchem de orgulho e renovam as esperanças do torcedor. Mas tudo isso se perde quando os resultados não acontecem. Não há tempo de experiência nem respeito ao planejamento de uma temporada.

Carille, Caixinha, Jardim, Carpini…

Basta dar uma corrida com o dedo pela tabela do Brasileirão para apontar alguns treinadores com a corda no pescoço. No Vasco, Fábio Carille não conta com o apoio dos torcedores e sua permanência está diretamente ligada às vitórias. Se perder, seu nome voltará para a lista dos possíveis técnicos desempregados.

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Mano Menezes caiu no Fluminense na primeira rodada. Pedro Caixinha está ameaçado na Vila Belmiro – o Santos ocupa a zona de rebaixamento. Quinteros corre riscos no Grêmio. E Ramón Díaz já esteve para deixar o Corinthians, mas se salvou com a conquista do Paulistão diante do Palmeiras. Nenhum deles dorme tranquilo.

Fábio Carille é bom treinador, mas enfrenta dificuldades com a torcida do Vasco e trabalha ameaçado / Vasco

Mesmo Leonardo Jardim, recém-contratado pelo Cruzeiro, já começa a ter seu nome questionado em Minas Gerais. Contra o São Paulo, no empate por 1 a 1 no Morumbis, o português deixou Dudu e Gabigol no banco de reservas.

Há mais dois clubes na parte inferior da tabela que podem mexer nos seus treinadores: Sport, que tem Pepa no comando, e Vitória, de Thiago Carpini. Haveria um mais, Zubeldía, se o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, não tivesse assegurado o argentino no comando do time. No entanto, garantiu Zubeldía apenas nas duas próximas rodadas.

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