O São Paulo já fazia um mapeamento no mercado para melhorar seu elenco e atender, assim, alguns pedidos do técnico argentino Luis Zubeldía. Havia tempo para isso sem a necessidade de atropelos. A janela está aberta. A contusão de Alisson na partida contra o Grêmio, nesta quarta, sozinho ao prender o pé direito no gramado, vai apressar esse movimento, que não é tão simples assim.
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Primeiramente, há uma gestão dentro do vestiário para não melindrar os jogadores da posição. Zubeldía já disse que nenhum outro volante tem as mesmas características do Alisson. Há ainda um entendimento da gestão de Julio Casares de não sair torrando dinheiro e dar chance a atletas que muitos desconfiam. Foi assim com o próprio Alisson, que já fez a cirurgia no tornozelo direito nesta quinta e terá agora um prazo para sua recuperação, ainda não estimado.
O São Paulo olha para o mercado de algumas formas. Analisa a condição esportiva do atleta com o aval do treinador e sua comissão. Os dirigentes participam disso. Há um entendimento da situação contratual do jogador. E há os valores colocados na mesa.
A nossa intenção é trabalhar para tentar (atender)… Antes de acontecer (a lesão) com o Alisson, já estávamos vendo as possibilidades. dentro da nossa filosofia de contratação, que trouxe o Alisson quando ninguém acreditava, o Alan Franco, desconhecido, o Rafael, que era um goleiro reserva, o Raphinha, que muitos falavam que era um carro velho… estão todos aí. são jogadores que deram resultados, sem contar as reformaS dos contratos de Arboleda, Calleri e do próprio Alisson.
JULIO CASARES
É claro que essa filosofia de pés no chão não impede de negociar com jogadores mais conhecidos e de renomes em condições mais certas. Mas para que isso aconteça, a parte financeira vai ter de ser razoável para o clube.
Quando Muricy Ramalho aceitou o desafio de trabalhar nessa administração, como gerente de futebol, ele comentou que o São Paulo estava falido, sem dinheiro para nada. Passados alguns anos, o clube vive uma situação mais confortável, ainda com muitos gastos e dívidas, mas com uma política coerente e sem loucuras.
O caso Daniel Alves foi o grande marco negativo da gestão anterior. O São Paulo paga mensalmente ao atleta condenado na Espanha por estupro cerca de R$ 400 mil por mês, com alguns adiantamentos para quitar essa pendência o quanto antes. Sua mulher, que cuidava de seus negócios de marketing, também recebe do São Paulo.
Alguns nomes para o lugar de Alisson são conhecidos do torcedor. Thiago Mendes está no Al-Rayyan e já admitiu seu desejo de aceitar a oferta de US$ 1,2 milhão, quase R$ 7 milhões. Os clubes ainda não se acertaram quanto ao valor. A oferta é considerada baixa. O caso pode levar tempo e pode até nem dar certo.
Nesta semana, dois volantes foram regularizados na CBF: Liziero e Méndez. Eles estavam emprestados e voltaram ao clube. Estão, no entanto, no fim da fila aos olhos de Zubeldía. É claro que isso pode mudar. Vai depender dos treinos no CT da Barra Funda. A lista de jogadores para a posição tem:
1 – Rodrigo Nestor
2 – Luiz Gustavo
3 – Bobadilla
4 – Pablo Maia
5 – Iba Ly (base)
6 – Negrucci (base)
Há boas opções, mas, como Zubeldía disse, nenhum deles é Alisson. O treinador não descarta mudar o jeito de jogar do São Paulo, ou com volantes mais marcadores, como Luiz Gustavo e Bobadilla, ou com atletas mais leves e ofensivos, como Nestor e Pablo Maia. Ainda tem neste meio de campo o colombiano James Rodríguez, que não é volante, mas vai voltar na semana que vem depois da Copa América.
Mesmo com a alegria do time nesse momento, com boas vitórias e bem colocado no Brasileirão, o presidente Casares não vai fazer loucuras. Nesta temporada, seu desafio é continuar dando condição esportiva para o time, mas também reduzir suas dívidas e pendências financeiras de curto e médio prazo. O presidente sabe que isso o ajuda no comando do clube.
