É difícil para a família voltar ao noticiário depois de um ano da morte da torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli, de 23 anos, atingida de forma estúpida numa confusão entre torcedores do time e seguidores do Flamengo nos arredores do Allianz Parque. Ela foi atingida por estilhaços de uma garrafa atirada por um torcedor rubro-negro contra palmeirenses na entrada de visitantes da arena.

Foi em julho de 2023. Gabriela teve ferimentos na garganta. Ela morreu no hospital. Sua família pede indenização ao Palmeiras de R$ 1 milhão. Mas por que ao Palmeiras? Porque o Palmeiras era o mandante do jogo.

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Defendo há muito tempo uma maior responsabilidade dos clubes e da polícia militar, portanto, do governo, no que diz respeito às brigas e, principalmente, mortes nos estádios de futebol e em suas imediações.

Jogo em que a torcedora Gabriela Anelli morreu foi no Allianz Parque, entre Palmeiras e Flamengo,em 2023 / Palmeiras

Sou do time dos que acreditam que os órgãos competentes deveriam trabalhar mais e melhorar para impedir essas confusões e, consequentemente, as mortes de pessoas inocentes que querem ver e se divertir nos estádios. Incluo nessa lista, além dos mandantes e da polícia, as entidades esportivas.

É preciso ter algum responsável

O futebol tenta evoluir em todas as áreas, menos em segurança para os torcedores. Há um entendimento comum das instituições de que “eles”, os torcedores que brigam, são assim mesmo e que nada vai pará-los. Pode ser.

As torcidas organizadas não entenderam ainda que poderiam ganhar muito dinheiro, respeito e prestígio se elas atuassem de outra forma, menos bélicas e mais pacíficas, menos arruaceiras e mais divertidas e construtivas, com mais indiferença para os rivais e foco nas festas para suas respectivas equipes.

Um líder de torcida poderia ter a força de um capitão. Mas o que acontece é um total desprezo da sociedade pelos torcedores por causa das confusões. Os torcedores fazem dez ações certas e beneficentes, mas vão ser sempre lembrados pelas mortes no futebol. Tanto é assim que as festas de nada valem dentro dos estádios.

Em São Paulo, os clássicos ainda têm torcida única porque haverá briga se os dois lados do jogo estiverem representados. O resto é blablablá. As torcidas são burras. Poderiam, por tudo o que fazem, ser mais bem aceitas na sociedade. Há muitos trabalhos bacanas.

Mas elas também viraram verdadeiros depósitos de bandidos. Quem diz isso é a própria inteligência da polícia, com pessoas infiltradas ou informantes.

Por isso que defendo a maior cobrança das instituições esportivas, como os clubes, como no caso da morte da torcedora do Palmeiras. O mandante tem de dar segurança para as pessoas. A polícia tem de dar segurança para as pessoas. O Estado tem de dar segurança para as pessoas.

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No caso dos clubes de futebol, eles não podem ser responsabilizados por brigas e mortes em lugares distantes das arenas. Jamais. Mas devem ser arrolados quando as confusões são nos estádios e em suas imediações. É preciso cobrar mais deles.

Pode até ser pelo dinheiro que os familiares da Gabriela estejam cobrando o Palmeiras na Justiça, mas vejo esse movimento com algo que poderia fazer clubes e federações se doarem mais para a segurança dos torcedores no futebol. É preciso ter modelos e replicá-los pelo país.

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