O Palmeiras joga sem alegria. Está na fisionomia dos atletas. Seus jogadores estão pressionados como nunca estiveram nos últimos anos. O treinador Abel Ferreira não sabe o que fazer para recuperar o elenco. Precisa de tempo. A diretoria entende que seguiu o planejamento de sucesso de verões passados e aguarda com ansiedade uma volta por cima.

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Com Dudu em baixa e Abel sem forças, o Palmeiras empatou com o Inter por 1 a 1 e agora amarga sua quarta partida sem ganhar na temporada: perdeu para Fluminense e Vitória no Brasileirão e, semana passada, foi derrotado pelo Flamengo na Copa do Brasil em jogo de ida das oitavas de final. A última vitória ocorreu diante do Cruzeiro, dia 20 de julho, pela rodada 18 do Brasileirão. Roni fez o gol de empate no Beira-Rio. O Palmeiras não chutou a gol nos primeiros 45 minutos e teve ligeira melhora na etapa final.

Só nós podemos sair dessa fase. O grupo trabalha muito e confia no seu treinador.
RONY

Não há apenas um motivo para explicar a fase ruim e a possibilidade de o time se despedir de competições, como a Copa do Brasil. Os jogadores estão cansados por causa do calendário, mas também estão arrebentados mentamente. O ritmo de Abel traz consequências. O elenco dá o seu máximo desde a chegada do treinador. As ofertas de fora provocam ansiedade e desejos.

Rony, que também vive má fase, salva o Palmeiras de nova derrota contra o Inter / Agência Palmeiras

O desgaste mental é gigantesco. Abel e a diretoria liberaram alguns jogadores para o mercado e as reposições ainda não responderam à altura. O time enfraqueceu.

A fase de alguns atletas é ruim. Isso tira a confiança individual e coletivamente do time. Abel já percebeu isso e trabalha nos bastidores para recuperar seu elenco. Mas não é só isso. As contratações ainda estão cruas. Elas precisam de mais tempo para amadurecer e entender todas as facetas do Palmeiras e do treinador. Não há entrosamento. A saída de jogadores para a Copa América nos Estados Unidos atrapalhou.

A lesão de Estêvão custa caro. O atacante é o único “fora de série” do grupo. Sem ele, o Palmeiras, com todos esses problemas, vira um time comum. Os adversários já perceberam isso e também melhoraram na temporada. Há outras contusões importantes.

Não vou falar o que penso da arbitragem brasileira. É nos momentos das frustrações que vemos quem está conosco e quem não está conosco, quem nos apoia e quem não nos apoia. Não conheço equipes que só ganhem. Há jogadores que baixaram de rendimento por questões emocionais. As propostas que chegam, com salários absurdos, mexem com todos. O Dudu não está em forma e sabemos o motivo. Há as contusões…
ABEL

Se o grupo não rende, a maior esperança recai sobre o treinador. Mas Abel também está em má fase. Suas ideias de jogo, seus planos estratégicos e suas escolhas na formação dos 11 têm se comprovado furados. Ele está pressionado por ele mesmo para encontrar soluções.

Quando tudo no time não vai bem, a torcida segura a bronca, certo? No caso do Palmeiras, mais ou menos. Porque na semana passada torcedores uniformizados invadiram a Academia de futebol, um dia depois da derrota para o Flamengo, para cobrar jogadores e o próprio Abel.

Abel Ferreira admite, após empate com o Inter, a má fase do Palmeiras e de alguns jogadores / Agência Palmeiras

Deu polícia e isso só prejudicou ainda mais o Palmeiras, criando um ambiente nada saudável para o jogo de volta contra o Flamengo, nesta quarta-feira, no Allianz Parque. Abel questionou em sua entrevista após o empate com o Inter qual torcedor está com o time nos momentos difíceis. Deu a entender um rompimento com a torcida organizada que aumentou a fervura na Academia. Ele pediu o apoio de todos.

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Com a derrota por 2 a 0 no Rio, o time de Abel precisa ganhar por três gols de diferença para evitar os pênaltis. Se empatar ou ganhar por um gol de diferença, o Palmeiras estará eliminado da Copa do Brasil.

No Brasileirão, com a sequência sem ganhar, a equipe vê os rivais debaixo da tabela se aproximarem e olha para os adversários da parte de cima cada vez mais longe. A única coisa certa é que a solução está dentro do próprio Palmeiras.

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