O São Paulo vai tentar captar no mercado R$ 240 milhões para pagar parte de suas dívidas. O projeto foi aprovado por 185 conselheiros depois de apresentado pelo presidente Julio Casares nesta semana. Isso representa 82,22% dos membros do Conselho Deliberativo. Quarenta conselheiros refutaram a ideia.
O clube tem dívida de R$ 700 milhões, sendo que R$ 225 milhões referem-se a débitos com bancos. O São Paulo se junta à gestora Galápagos Capital e OutField para a operação desse fundo.
Em contrapartida, a diretoria terá obrigações de gastos e de governança pelos próximos anos, de modo a não gastar dinheiro que não pode e destinar parte das suas receitas para quitar dívidas e tapar esse buraco financeiro que carrega há anos, de outras gestões. O clube passaria também a reembolsar seus cotistas do fundo.
Trata-se de uma forma nova no futebol brasileiro para captar recursos que não estejam diretamente ligados aos tradicionais canais de receitas anuais, como venda de jogadores para a Europa e diretos da transmissão dos jogos.
É importante ressaltar a necessidade de o São Paulo cumprir com suas obrigações de gestão e governança nesse período, para que não entre novamente numa bola de neve financeira. Bola de neve impagável.
A iniciativa, segundo o presidente Julio Casares, faz parte de um segundo momento do seu mandato. Ele diz que trabalhou até agora para formar um elenco e colocar o time no caminho das vitórias e das conquistas. A equipe melhorou e ganhou a Copa do Brasil do ano passado. Agora, o presidente diz que vai trabalhar para sanar as dívidas e pavimentar um caminho mais saudável financeiramente para o clube.
O São Paulo errou muito em suas finanças na última década. Errou por incapacidade, má fé e enganação. Quando Muricy Ramalho foi chamado para assumir a gestão do futebol, anos atrás, ele disse que o São Paulo estava quebrado, que não havia dinheiro para nada. Dentro de campo, o time melhorou. Fora dele, aumentou suas dívidas.
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Se ficar na secura por algumas temporadas, trancando o cofre, Casares entende que poderá dar ao clube uma condição melhor para crescer sobre um alicerce mais firme lá na frente, resgatando a condição de um passado não muito distante, quando o Tricolor era exemplo de administração em todos os seus segmentos. Há muito tempo deixou de ser.
Penso que todo clube precisa, antes de formar times competitivos e vencedores, olhar para sua gestão e arrumar a casa. O São Paulo olha para sua administração financeira agora, com mais foco e determinação.