Diz o senso comum do futebol que empate fora de casa é bom resultado. No caso do 1 a 1 do Corinthians na noite de domingo com o Bahia, na Fonte Nova, o placar foi um excelente resultado. Além de jogar com um time completamente desfigurado (dos 11 que iniciaram a partida apenas Yuri Alberto esteve em campo na decisão do Paulistão, na quinta-feira), o Timão atuou em clima de ressaca, com alguns jogadores exibindo claríssimos sinais de esgotamento.

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Mesmo que não tenham entrado em campo com o Palmeiras, todos os que começaram o duelo com o Bahia certamente estavam impactados pelas comemorações, pela mudança da rotina de treinos, pelo pouco tempo de recuperação, pela viagem… Enfim: diante de todas essas variáveis, o empate caiu do céu na Boa Terra.

Corinthians consegue um bom empate diante do Bahia, em Salvador, na abertura do Brasileirão / ECBahia

Bem armado pelo técnico Rogério Ceni, o Bahia praticamente dominou as ações enquanto esteve com 11 jogadores em campo. No primeiro tempo, criou boas chances de gol até abrir o placar já no acréscimo do tempo, numa jogada interessante que tem a assinatura do treinador.

Bahia com 10 ajudou

Numa arrancada do meio para a esquerda, o lateral esquerdo Luciano Juba cruzou para a área e encontrou o lateral direito Gilberto, que emendou de cabeça para o fundo das redes.

Na prancheta de Rogério Ceni, quando o Bahia tem a bola na fase ofensiva, os dois laterais têm a liberdade de se infiltrar como meias, o que acabou confundindo a marcação corintiana. Se bem que, como se tivessem saído de uma feijoada pós-título, os defensores corintianos ficaram olhando Juba fazer a preparação e, de quebra, deixaram Gilberto livre na pequena área. Parecia aquele gol do futebol de confraternização da firma no final do ano.

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Na etapa final, um lance fortuito acabou mudando o cenário da partida. O meia Éverton Ribeiro, que já tinha um cartão amarelo, pisou no calcanhar de um atacante corintiano e o árbitro mostrou o segundo amarelo, que resultou em sua expulsão.

Ramón Díaz escalou um Corinthians com 10 reservas e apenas o atacante Yuri Alberto na frente / EC Bahia

Com um a menos, o Bahia freou o ímpeto ofensivo, colocou um terceiro zagueiro e tentou segurar o resultado. O Corinthians, com várias alterações teoricamente ofensivas, passou a ter mais posse de bola e a rondar mais a área do tricolor.

O que fazer com a bola?

Só que a equipe tinha dificuldades para fazer as jogadas de penetração e abusou dos chuveirinhos. Detalhe: o time de Ramón Díaz teve esse mesmo problema no segundo tempo da partida contra o Barcelona de Guayaquil no jogo de volta da Pré-Libertadores, meio que sem saber o que fazer com a bola tendo mais espaços para atacar.

Mas, enfim, com a ajuda dos deuses e orixás da Bahia, eis que o Corinthians conseguiu o empate num desses cruzamentos para a área. Breno Bidon escapou pela esquerda, cruzou na medida e, quem diria, o espanhol Héctor Hernández mergulhou na bola nas costas do zagueiro Kanu e deu uma cabeçada certeira no canto direito da meta tricolor.

Foi o primeiro gol dele em sua apagada passagem até aqui pelo Corinthians. Ao final do jogo, o atacante queria acreditar que esse lance vai ser o ponto de retomada de sua carreira num nível ao menos razoável.

VAR errou?

No final das contas, o encontro dos campeões estaduais da Bahia e de São Paulo ficou sem vencedor e ninguém saiu insatisfeito por completo. O torcedor baiano pode lamentar as oportunidades perdidas durante o primeiro tempo. Mas ele deve também reconhecer que, com um a menos, chamou o Corinthians para cima e aumentou o risco de tomar um gol.

O Corinthians não tem do que reclamar. Nem do gol de Romero anulado pelo VAR, que viu impedimento de Thales Magno no início da jogada. Lançado por Bidon, Thales Magno partiu do seu próprio campo, tendo os dois pés aquém da linha que divide o meio campo.

Mas a cabine do VAR, no entanto, viu o tronco do corintiano projetado à frente, o que determinou o impedimento. A imagem usada para chegar a essa conclusão, no entanto, não é nada conclusiva. Isso comprova, já na primeira rodada, que a CBF precisa investir numa tecnologia mais avançada para dirimir dúvidas nesses lances que os juízes chamam de “lances ajustados”.

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