Uma vitória com gosto amargo. Por mais paradoxo que isso possa significar, o fato é que o torcedor corintiano não tem motivo para comemorar o triunfo por 2 a 0 sobre o Barcelona de Guayaquil na noite desta quarta-feira, na Neo Química Arena.
Na soma geral dos resultados dos dois jogos, a vitória em casa foi insuficiente e determinou, mais uma vez, um desfecho frustrante. O Corinthians é o time brasileiro que mais vezes foi eliminado na fase de pré-grupos da Libertadores da América: três vezes.
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Como o time está na final do Paulistão e já joga o primeiro duelo com o Palmeiras no próximo domingo, não dá para falar em terra arrasada. Mas é certo que o insucesso no torneio sul-americano também pode influir negativamente na decisão do Estadual e até mesmo na sequência da temporada.

Todo o planejamento, inclusive financeiro, estava contando com o Corinthians na fase de grupos da Libertadores e esse projeto foi por água abaixo por conta de uma atuação vergonhosa, abaixo da linha do razoável, no jogo de ida, no Equador, que acabou determinando o capítulo final desse drama em preto e branco.
Faltou o terceiro gol
O Barcelona veio para Itaquera para não jogar. Ou melhor, jogar com o placar construído em casa, e abdicou do ataque. Deu campo para o Corinthians e tratou de picar o jogo o quanto pôde. Com a anuência do árbitro uruguaio, que deu apenas seis minutos de acréscimo no segundo tempo, impossibilitando o Corinthians de buscar o terceiro gol.
Não faltou raça, não faltou empenho, não faltou apoio das arquibancadas… só faltou mesmo o gol que levaria o jogo para a disputa dos pênaltis.
O time fez o que podia, num cenário de alta tensão e elevada carga emocional, que acabou influindo em algumas tomadas de decisões erradas no ataque. O primeiro gol demorou a sair – aos 40 minutos da primeira etapa, num escanteio aproveitado por Felix Torres de cabeça.
Yuri, Memphis e Garro
Na etapa final esperava-se uma blitz mais forte do time da casa, mas faltou um pouco de organização tática e calma para construir os caminhos do gol. O Corinthians abusou dos cruzamentos a esmo – foram 44 bolas levantadas na área, e poucas endereçadas ao gol.
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O zagueiro Gustavo Henrique jogou boa parte da etapa final como centroavante, já na base do desespero. Para piorar, o trio Yuri, Memphis e Garro esteve abaixo do esperado e eles foram tragados pelo desencontro corintiano. No cômputo geral da participação na pré-Libertadores, o Corinthians ficou devendo mais uma vez.

Agora resta saber como a coisa vai andar internamente. Há muita pressão externa pela demissão do técnico Ramón Díaz e dificilmente ele terá paz para seguir seu trabalho se perder o título paulista para o arquirrival Palmeiras.
Ainda que alguns torcedores tenham aplaudido os jogadores ao fim da partida, reconhecendo o esforço dos atletas, é certo que o Timão está longe de viver dias de paz.