Se era para deixar a Sul-Americana de lado para focar no Brasileirão, os jogadores do Corinthians não entenderam o recado. O que se viu na primeira partida contra o Red Bull Bragantino, em Ribeirão Preto, foi o oposto das recomendações do técnico Ramón Díaz. Isso só prova que jogador nenhum é forjado para não correr atrás da vitória, a não ser se ele estiver de sacanagem.
O Corinthians deveria “cumprir tabela” na competição sul-americana para usar toda a sua força na luta contra o rebaixamento no Brasileirão – está no Z-4. Mas não foi isso o que aconteceu.
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O jogo foi em Ribeirão Preto a mando do Bragantino porque em Bragança Paulista o seu estádio tem capacidade para apenas 17 mil torcedores. A Conmebol exige o mínimo de 20 mil para as oitavas da Sul-Americana. Tinha mais torcedor do Corinthians do que do time mandante, como era esperado.
Ramón poupou alguns de seus principais jogadores, como Garro, que só entrou no segundo tempo. O que se viu nos primeiros 45 minutos foi um Corinthians avassalador. Fez dois gols e poderia ter feito outros dois. O goleiro do Bragantino trabalhou bastante. Hugo também foi bem. Pedro Raul engrossou em uma das tentativas.
Foi Talles Magno, no entanto, que fez a diferença, com participação direta nos gols. Ele deu passe para o primeiro de Giovane e marcou o segundo. Talles Magno também havia balançado as redes na partida passada, a sua primeira com a camisa do Corinthians. Ele chegou num dia e jogou no outro. Chegou pronto. Caiu como uma luva no ataque do time.
Digo que Talles Magno virou titular em dois treinos e duas partidas. Ele joga mais aberto, com deslocamentos pelo meio em velocidade. É inteligente e atento.
Com a vitória diante do Bragantino por 2 a 1, o Corinthians encaminha sua classificação para as quartas de final da Sul-Americana. Vai ter de jogar um pouco mais para passar, principalmente no segundo tempo, apesar de atuar pelo empate. Em Ribeirão, o Bragantino foi mais efetivo na etapa final. Poderia até ter empatado, depois de “cochilar” na defesa na etapa inicial.
A partida de volta vai tirar do time de Ramón um tempo importante de treinamento para o Brasileirão, o grande calcanhar de Aquiles do time neste segundo semestre.
Ganhar e levar a vantagem de um mata-mata para casa seria ótimo para o torcedor corintiano se ele não estivesse preocupado com a queda para a Série B. O Corinthians tem 21 pontos em 22 partidas. A corda aperta o pescoço. A equipe ocupa uma das vagas do Z-4. Mas é um pecado o torcedor não poder festejar. O futebol não permite isso. Então, mesmo assustado e um tanto desconfiado, é dia de soltar rojão. Que assim seja até amanhã. Mas somente até amanhã.
