A volta do Corinthians ao Pacaembu não teve o glamour que a ocasião sugeria. Com um time completamente reserva, a equipe que lidera o Paulistão com autoridade mostrou muita fragilidade diante de uma Portuguesa surpreendentemente bem armada. Tanto assim que o empate por 2 a 2 nem pode ser lamentado. A própria Fiel parecia desconfiada e esteve longe de lotar a “saudosa maloca”.
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Mas o primeiro tempo foi da Portuguesa. Aproveitando-se do desinteresse do Corinthians pela partida, e estimulada pelo caráter decisivo do jogo para seus planos de classificação, a Lusa foi pra cima e merecia ter fechado a primeira etapa com uma vantagem até maior.
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De tal sorte que Jajá, autor do belo gol que abriu o placar, já tinha mandado uma bola na trave e exigido duas defesas difíceis do goleiro Matheus Donelli. No total foram dez chutes a gol da Portuguesa contra apenas dois do Corinthians.
Faltaram os titulares
Sem tirar o mérito do bom trabalho do time do Canindé, parte desse cenário se deveu também à apatia do Corinthians. A escalação do time reserva deixou patente a impressão de que há um abismo entre essa formação e a equipe titular, poupada para o duelo da pré-Libertadores na semana que vem.
O ponto central da fragilidade do time nos primeiros 45 minutos foi a falta de sintonia dos três volantes (Ryan, Charles e Alex Santana) na produção de jogadas ofensivas. Todos eles têm características mais de marcação e praticamente ficaram desconectados do ataque, atuando mais na linha intermediária de defesa.
Mesmo assim, numa noite nada inspirada, além de não criarem nada ainda, deram muitos espaços para os meias da Lusa, inclusive no lance do gol de Jajá, que recebeu uma bola ajeitada de peito na entrada da área e bateu firme no canto esquerdo de Donelli.
Pedro Raul vira esperança
A situação era tão ruim que Pedro Raul passou a ser visto como uma aposta de Ramón Díaz para fazer o time reagir no segundo tempo. O centroavante, tão criticado pela torcida, entrou no lugar de um dos volantes (Ryan), revelando a disposição de o time ser mais agressivo.
E não é que deu certo! Nem tanto pela presença de Pedro Raul, mas muito mais pela mudança de postura e disposição tática da equipe, o Corinthians chegou a virar o marcador com dois gols num intervalo de 12 minutos.
Depois, a entrada de um centroavante de referência fez o Corinthians optar por um clássico 4-4-2, o que permitiu que Thalles Magno recuasse um pouco para ajudar Igor Coronado na armação das jogadas ofensivas.
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E como num passe de mágica, tudo isso fez efeito antes dos 10 minutos da etapa final. Numa bela combinação de Coronado e Thalles pela esquerda, a bola servida em profundidade sobrou limpa para Matheus Bidu dentro da grande área. Com um chute cruzado, ele venceu o goleiro da Lusa e decretou a igualdade no placar.
Thalles Mágico (?)
Aos 20 minutos, numa outra investida de Thalles pelo setor esquerdo do ataque, ele invadiu a área e foi derrubado pelo zagueiro. O próprio atacante bateu e decretou o 2 a 1, que parecia encaminhar mais uma vitória do quase imbatível Corinthians no Paulistão.
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Mas, num erro de passe de Bidu (e foram tantos erros de passe que este serviu como merecido castigo), a Lusa armou um contra-ataque pela direita, os zagueiros ficaram olhando a bola e se esqueceram de marcar o meia Maceió. Ele recebeu passe da direita e bateu cruzado, sem chances de defesa para o goleiro corintiano.
A Portuguesa ainda teve uma bola na trave, mas o placar final de 2 a 2 ficou de bom tamanho. A Lusa segue com chances de chegar à fase decisiva do campeonato. E o Corinthians pode concentrar suas energias para o duelo da Libertadores sem ter de passar o fim de semana atormentado pela certeza de que o time reserva é muito inferior a Memphis/Garro/Yuri & Cia.