O caminho para a final da Libertadores da América 2024 está traçado. O sorteio dos confrontos das oitavas de final definiu um duelo brasileiro que vai dar o que falar entre Palmeiras e Botafogo. O time de Abel Ferreira, líder do seu grupo, fará a segunda partida no Allianz Parque. Foi do Botafogo que o Palmeiras roubou o título do Brasileirão passado, numa arrancada depois da virada por 4 a 3 dentro da casa do time carioca no Rio. A partir daquele duelo, a relação entre as diretorias azedou.
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A desavença foi potencializada pelas declarações do dono da SAF do Botafogo, John Textor, de que o time de Leila Pereira era beneficiado pela arbitragem. Ele ficou de provar isso e não provou nada. Foi chamado de “fanfarrão” pela presidente da equipe paulista. As torcidas não se misturam. Os jogadores do Botafogo têm uma dívida com seus seguidores e vai cobrar isso do Palmeiras na Libertadores. É preciso eliminar o rival custe o que custar. Esse é o sentimento.
Leila e Textor não têm relação. Ela pediu o banimento do desafeto do futebol brasileiro depois de ele apontar o dedo para o Palmeiras e não provar suas acusações. Disse que tinha nas mãos um relatório de falcatruas e benefícios de arbitragem feito por Inteligência artificial. Por ora, tudo o que ele falou foi contestado e Textor acabou multado. Palmeiras x Botafogo na Libertadores traz tudo isso de volta. Serão duas partidas tensas. Uma revanche. Só um vai sobreviver.
Ano passado foi turbulento. Não vou deixar o que aconteceu ano passado passar batido. Estamos em uma nova temporada. Temos provas pesadas, 100% confirmadas de que o Palmeiras vem sendo beneficiado por manipulação de resultados por pelo menos duas temporadas. Desculpe se isso vai criar barulho, mas tenho provas, vou mandar aos procuradores. JOHN TEXTOR
Não haverá cortesia entre Palmeiras e Botafogo
Imagino também que não haverá cortesia entre os dois clubes brasileiros. O que um puder fazer para atrapalhar o outro, vai fazer. A arbitragem será escolhida a dedo pela Conmebol para evitar qualquer comentário antes, durante e depois dos 180 minutos. Por ora, no Brasileirão, o Botafogo está melhor.
O sorteio também colocou a maioria dos times do Brasil de um mesmo lado da tabela, o que fará com que um mate o outro na sequência da competição. Por exemplo, quem passar desse fogo quente entre Palmeiras x Botafogo vai encarar o vencedor do duelo entre São Paulo x Nacional-URU. O time de Zubeldía é favorito, de modo a colocar rivais brasileiros frente a frente também nas quartas de final. Pode dar um Palmeiras x São Paulo ou um São Paulo x Botafogo. Isso implica dizer que dois brasileiros ficarão pelo caminho e apenas um chegará à semifinal. Como disse, um vai matar o outro.
Ainda do mesmo lado do chaveamento de Palmeiras, Botafogo e São Paulo, outro gigante do Brasil traça seus planos. Refiro-me ao Flamengo. O time de Tite vai enfrentar nas oitavas o Bolívar e sua altitude. Joga em casa a partida da volta. É favorito contra qualquer rival na Libertadores. Mas terá de jogar e fazer por merecer sua classificação. Se passar, o que deve acontecer, vai encarar o vencedor de Peñarol contra o Primeiro Colocado do Grupo C, que pode ser o Grêmio, o que seria mais um brasileiro se matando.
É preciso esperar agosto para avaliar os times
As explicações servem para mostrar ao torcedor que a semifinal da Libertadores tem boas chances de ter duelo entre brasileiros. É muito difícil que isso não ocorra, porque os clubes do futebol brasileiro são melhores do que seus rivais nesse momento. O que não se sabe é a cor da bandeira que vai passar, ou das bandeiras. Se tivesse de desenhar um caminho por puro palpite, diria que Palmeiras passa do Botafogo e também elimina o São Paulo. O Flamengo passa pelos seus rivais e se garante, fazendo a semifinal do lado de cá entre Palmeiras e Flamengo, com o time de Abel jogando em sua casa a segunda partida porque teve melhor campanha. É só um palpite, porque nada disso é certo. Botafogo e São Paulo estão bem hoje e podem seguir na competição.
Há dois times brasileiros do outro lado da tabela: Atlético-MG e Fluminense. O clube mineiro tem parada indigesta nas oitavas contra o San Lorenzo, da Argentina. É sempre complicado enfrentar rivais argentinos nas competições sul-americanas. Se passar, entra na rota do Fluminense, caso a equipe de Fernando Diniz também se dê bem diante do Segundo Colocado do Grupo C, onde está o Grêmio, de Renato Gaúcho.
Então, caso os brasileiros passem, eles se cruzam nas quartas. E aí ficam de olho no River Plate, um dos mais fortes da disputa. O time argentino joga as oitavas contra o Talleres. Não será um jogo fácil. Vale lembrar que a Conmebol anunciou a final para a capital Buenos Aires, muito provavelmente na casa do River, um estádio reformado para mais de 80 mil pessoas.
É claro que os torcedores dos times classificados fazem suas contas, buscam nas lembranças duelos do passado, apostam em resultados mais recentes, mas a grande verdade é que nada disso é capaz de apontar vencedores na Libertadores de agora em diante. Há muitos fatores capazes de derrubar ou fazer crescer uma equipe, da altitude a atletas machucados ou suspensos, de um time infeliz ou feliz, de uma escolha boa ou ruim do treinador.
Há ainda o tempo para mexer com todos esses fatores. Uma janela aberta na Europa, uma Copa América antes da retomada do torneio, mais de um mês em que tudo pode mudar. É claro que há rivais mais fortes pelo que vimos até agora na competição e equipes também mais modestas. Por isso que muitos apontam para o sucesso dos brasileiros. É preciso jogar, no entanto.O futebol nos ensina isso o tempo todo.
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Há, por fim, um Brasileirão a ser disputado até lá, com muitas cobranças em cima de todos os participantes. Tudo isso faz com que a Libertadores seja hoje um torneio mais imprevisível do que previsível. Nenhum time do Brasil está pronto. Nenhum. E isso terá de ser ajeitado até o meio de agosto, quando a Libertadores será retomada e decidirá seus finalistas num tiro curto.
Veja as definições dos jogos das oitavas de final
Atlético-MG x San Lorenzo
São Paulo x Nacional-URU
Bolívar x Flamengo
Junior de Barranquilla x Colo-Colo
River Plate x Talleres
1 do Grupo V (pode ser o Grêmio) x Peñarol
Palmeiras x Botafogo
Fluminense x 2 do Grupo C (pode ser Grêmio)
