O Corinthians aumentou sua dívida em R$ 700 milhões no último ano, já sob a batuta do presidente Augusto Melo. O novo valor faz com que a dívida total suba para R$ 2,6 milhões. Há credores de todas as naturezas e CNPJs. O valor é a somatória das despesas que o Corinthians deixou de pagar nos últimos anos. Se o presidente Melo estava isento desse rombo nas contas do clube devido ao seu primeiro ano apenas de mandato, ele não está mais. Em doze meses, o cartola continuou com as torneiras abertas no Parque São Jorge gastando o que não tem.
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Isso só comprova o tamanho da irresponsabilidade do atual presidente. Melo não se entregou à gestão do clube como deveria ou à cartilha do bom administrador, conforme prometido no famoso “acabou a farra”. Ele seguiu os passos lameados de seus antecessores, contratando jogadores que sabia não poder pagar, como Memphis Depay, e torrando o dinheiro da instituição.

Augusto Melo gastou o que tinha na conta do Corinthians, o que ia entrar e o que não tinha também. O resultado só podia ser esse mesmo: crescimento da dívida absurdamente.
Não há receita para quitar a dívida
O Corinthians não tem receita para pagar o que deve nos próximos cinco anos. Ele teria de direcionar R$ 520 milhões somente para isso. A conta do que arrecada com o que gasta por temporada não fecha. O clube tem receita anual estimada de R$ 1 bilhão. Mas tem de pagar o que deve e sustentar o ano esportivo e do clube. Não dá. Não tem receita para tanto da forma em que Melo administra.
Os caminhos do presidente para continuar no comando são conhecidos. Melo vai levando seu mandato, agora campeão paulista, até as próximas eleições, quando provavelmente deixará o cargo e passará a batata quente para o próximo presidente, como se não tivesse nenhuma responsabilidade com o buraco em que o time se meteu. Esse modus operandi é manjado, com a sujeira quase sempre para debaixo do tapete.
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Assim, a SAF passa a ser vista com mais carinho por conselheiros e membros da oposição. Se Melo não quiser tocar isso agora, o próximo presidente vai ser obrigado a fazê-lo. A torcida se arrepia só de ouvir falar em vender o clube, mas projetos nesse sentido estão sendo feitos com vários sistemas de parceria. O pedido de falência não está descartado neste ano. Isso daria tempo ao clube e causaria desespero nos credores. O Corinthians não vai falir, desaparecer, fechar suas portas… A manobra judicial visa ganhar tempo para pagar (ou não pagar) sua dívida.
Ações na Justiça
Por ora, ninguém liga para quanto o Corinthians deve. Há uma movimentação na Justiça em marcha para tentar resolver esse problema. Resolver não quer dizer pagar o que deve. Neste caso, resolver é ganhar o direito na Justiça de não pagar. É uma clara manobra legal para empurrar as dívidas para bem longe do ano fiscal de 2025.

É preciso ressaltar que a única ação para pagar a dívida do clube, ou parte dela, partiu da torcida Gaviões da Fiel, com sua vaquinha surrealista e uma arrecadação de R$ 40 milhões. Esse dinheiro saiu do nada, da exclusiva vontade do torcedor de ajudar. É muito dinheiro para uma vaquinha e pouco dinheiro perto da dívida do Corinthians com o seu estádio, estimada em R$ 710 milhões.
Um gestor que não paga as contas e aumenta a dívida da empresa pode ser chamado de irresponsável. Melo então é um irresponsável. Mas ele não está sozinho neste grupo. Ele é tão ruim quanto os outros presidentes do Corinthians dos últimos anos, como Duílio Monteiro Alves. Esses cartolas não apertaram o cinto em nenhum momento. Engordaram a dívida como se não houvesse amanhã. Só que o amanhã sempre chega com outro nome: hoje. Em breve, a CBF será notificada pela FIFA de dívidas não pagas pelo clube.
As discussões do fair play financeiro estão cada vez mais próximas do futebol brasileiro. As regras para os europeus sobre fair play financeiro estão atravessando o Atlântico e cada vez mais perto da América do Sul.