Nenhuma outra seleção do mundo tem os atacantes chamados por Dorival Júnior para as duas próximas partidas do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo, mesmo após a contusão e corte de Pedro. O técnico pode contar com o que de melhor há no mundo, sem exagero. Trata-se de um grupo em condições de causar o maior salseiro em qualquer defesa. Mas o jogo do Brasil ainda é pobre, como se viu diante do Equador.
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Dorival tem de saber usar seu elenco e apostar num esquema que privilegie o talento individual de cada um deles para que o time seja ofensivo. Dorival é um treinador de sorte. E de responsabilidades pelo mesmo motivo. O torcedor não entende por que a seleção não joga bem. Dorival está apenas chegando, mas ele não foi bem na Copa América.
Perder para o Uruguai nas quartas de final deixou impressão ruim. O Brasil não ganha nem joga bem. Ganhou do Equador por 1 a 0, mas continua devendo futebol. Isso explica porque muitos torcedores se afastam da seleção, embora a audiência dos jogos na TV seja alta.
A lista de atacantes de Dorival tem: Endrick, Estêvão, Luiz Henrique, Pedro (cortado para a convocação de João Pedro), Savinho (cortado para chegar Lucas Moura) e Vinícius Júnior.
Há ainda Rodrygo, convocado como jogador do meio de campo, mas que pode muito bem se juntar à infantaria da frente, como foi no Paraná. Ninguém tem esses jogadores. Só o Brasil tem.
Depois de ganhar do Equador, no Couto Pereira, a seleção visita o Paraguai, dia 10, em Assunção. O Brasil está agora em quarto lugar, atrás de Argentina, Uruguao e Colômbia.
O Brasil perdeu tempo com Ramón Menezes e Fernando Diniz e à espera de Carlo Ancelotti, que nunca chegou.
Dorival sabe que tem a melhor lista de atacantes do mundo. Sua missão, então, é fazer com que esses atletas façam valer a fama que carregam. Mesmo Estêvão, de 17 anos, já é o principal jogador do Palmeiras. Dorival fez um chamamento técnico e de atletas em boa fase. Não me pareceu panelinha. Ele mostra que não vai morrer abraçado com ninguém.
A CBF, porém, vai provar do seu próprio veneno ao ter de se valer de bons jogadores, mas todos eles esgotados por um calendário maldoso. Luiz Henrique, do Botafogo, se machucou na partida diante do Palmeiras na Libertadores. Pedro e Gérson, ambos do Flamengo, estavam desgastados.
Os atletas que atuam na Europa estão em começo de temporada, longe do ponto de bala que uma Eliminatória de Copa do Mundo exige. Por isso que o Brasil precisa tanto da estratégia de Dorival.
Atualizada em 7 de setembro.
