Não me parece nada absurdo o Palmeiras procurar incansavelmente uma oferta para se livrar de Dudu depois de todo o imbróglio que ele provocou com uma possível transferência para o Cruzeiro, que mexeu com a forma de gestão da presidente Leila Pereira. Todas as decisões no futebol, até então, passavam por ela, pela diretoria de futebol e pelo treinador Abel Ferreira.
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No caso do Dudu, esse tripé ficou vendido e foi o último a saber o que estava sendo tramado após a recuperação clínica e física do jogador. Leila disse que Dudu deveria ir embora. Foi quase uma ordem. Mas ele se recusou a cumprir a determinação e se segurou ao seu contrato vigente até dezembro de 2025.
Leila silenciou, mas nunca deixou de trabalhar a saída do jogador. Ele virou moeda de troca e está sendo arrolado numa possível negociação envolvendo o atacante Gabigol, do Flamengo, cujo contrato termina em dezembro deste ano. Para os clubes, a transação seria ótima. Tanto Palmeiras quanto Flamengo querem se livrar de seus jogadores.
Os clubes entendem que o ciclo deles acabou. Nada está assinado. Flamengo e Palmeiras podem até acertar as partes financeiras entre si, mas nada acontecerá se os jogadores não concordarem.
Ocorre que Dudu e Gabigol sabem que eles não são mais bem-vindos em seus respectivos times. Não pelos companheiros, tampouco pela comissão técnica ou pela torcida, apesar de Tite dar a mínima para Gabigol. O que pega são os presidentes. Leila e Rodolfo Landim não morrem mais de amores por Dudu e Gabigol, respectivamente. Isso é ruim.
Eles não vão ser felizes “peitando” os cartolas e se apegando aos contratos vigentes. Isso é um atraso em suas carreiras. Dudu estava acertado para ir embora para Minas, mas refugou diante da cobrança da torcida. Ele já entendeu o que está acontecendo nos bastidores. Leila não o quer mais. Abel se virou sem ele nos últimos dez meses e vai seguir as ordens da chefe. Na vitória contra o Bahia, neste domingo, no Allianz, Dudu não entrou.
Dudu continua no banco de reservas. Ele não vai completar sete jogos no time, quantidade que o impede de jogar por outro neste Brasileirão.
Gabigol tem na mesa contrato de novação de mais um ano e aumento salarial. Seu problema é deixar o Rio de Janeiro. Ele queria ficar. Mas também já entendeu a situação. Ele tem ainda o agravante da possível condenação por atrapalhar o exame antidoping na Gávea. Se condenado, não jogará até abril do ano que vem.
Sua condição é tão ruim no Flamengo, que, após conseguir efeito suspensivo para atuar, ele foi afastado pela própria diretoria do clube para resolver sua situação contratual. O Flamengo tomou essa decisão depois de ouvir do seu agente, Junior Pedroso, que ele estava no mercado.
Nesta semana, representantes dos dois clubes vão tentar convencer os dois jogadores que querem contratar a aceitar a troca. Com a vitória sobre o Bahia por 2 a 0, o Palmeiras volta a colar no Flamengo na liderança do Brasileirão.
