Palmeiras na final: Endrick marca em Wembley, Bernabéu e Allianz

Endrick está na final do Paulistão 2024. E com ele o Palmeiras. O time do garoto prodígio vai encarar o Santos em duas partidas com a chance de festejar o tricampeonato estadual. Não é pouco. Esse menino de 17 anos, que se prova muito mais do que se espera dele, vem dando o que falar. Ele avança sinais e derruba barreiras que muitos duvidam. Endrick vem sendo aplaudido desde a semana passada, quando marcou o gol do Brasil na vitória sobre a Inglaterra. Depois, ajudou a seleção brasileira a empatar com a Espanha por 3 a 3. Seus passos são acompanhados de perto na Europa.

Nesta quinta-feira, quando tudo parecia enroscado para o Palmeiras diante do bom Novorizontino, o camisa 9 abriu o caminho da vitória para mais uma final. Ele corre contra o tempo e sabe disso. Em junho, vai embora. Por isso que se vestiu de Palmeiras, ao colocar o tapete com os escudo do time em suas costas após marcar. Seus gols não são planejados, mas tudo depois de mandar a bola para as redes parece ensaiado, de modo a arrastar multidões e cair nas graças do torcedor, não somente do palmeirense.

Endrick tem a carreira construída a cada apresentação para voar alto no Real Madrid, muito mais do que voa no Palmeiras, onde ficará até a metade do ano. Apesar dos 17 anos, ele tem um corpo de gente grande. É até mais forte do que jogadores mais velhos. Isso o ajuda a brigar com os zagueiros e a não cair facilmente com as pancadas e encontrões. O garoto deixou o campo machucado para a entrada de Rony, apesar de querer continuar. Ele já tinha sentido a coxa direita no jogo da seleção contra a Espanha na terça-feira. Abel acertou em tirá-lo.

Endrick tem de se preparar para a primeira partida da decisão já no domingo. Ele recebeu atendimento médico no banco de reservas, com gelo na coxa. Para o torcedor entender a situação, o atacante jogou na terça em Madri, voltou para o Brasil no avião de Leila Pereira, atuou nesta quinta e deve jogar no domingo. A presidente fez tudo para deixá-lo em pé. Ele e Murilo, além de Ríos. São três jogos em seis dias. Todos decisivos, apesar do amistoso do Brasil. “Quero fazer de tudo para ajudar. O Palmeiras foi o clube que me quis de verdade e apostou todas as suas fichas em mim. Eu retribuo da maneira que posso. O clube mudou a história da minha família. Tomei uma pancada contra a Espanha, mas quero estar em todas”, disse o garoto. “Passei o dia tratando, fiz gelo, mas o que eu puder fazer pelo Palmeiras, vou fazer. Se for para jogar sem pernas, vou jogar.”

Entre as duas partidas da decisão do Paulistão, o Palmeiras fará sua estreia na Libertadores. Abel Ferreira terá de optar por uma formação mais leve para a competição sul-americana e preparar sua artilharia pesada nos jogos que valem título. Ou jogar com tudo o que tem. Assim como não foi fácil bater o rival do interior na volta ao Allianz Parque, após a confusão do gramado, também não será fácil superar o Santos, que nunca deixou o Palmeiras se distanciar na fase de grupos do torneio. É a quinta decisão seguida do Palmeiras. O primeiro confronto será na Vila Belmiro. O Santos bem que queria mandar sua partida na capital, mas Corinthians e São Paulo não se interessaram em oferecer seus respectivos estádios. Como o Pacaembu ainda não está apto, a primeira partida será na Baixada. O campo é bom, mas a renda é pequena.

OUTRAS COLUNAS DE ROBSON MORELLI