Endrick é um predestinado sem limites. Ele havia acabado de entrar no segundo tempo para marcar o único gol da vitória do Brasil por 1 a 0 contra a Inglaterra em amistoso internacional em Londres. Seu nome e foto vão estar em todos os jornais ingleses e espanhóis, e também no noticiário esportivo dos sites. O menino de 17 anos marca um gol no lendário estádio de Wembley. Precoce no Palmeiras e já vendido por R$ 408 milhões ao Real Madrid, o garoto não para de fazer história e obter conquistas.

Seu gol teve participação direta de Vini Jr, mas foi ele que empurrou a bola para o gol, abafando o entusiasmo dos ingleses. Acompanhou a jogada até o fim. Não tenho dúvidas que esse gol vai colocar Endrick em um outro patamar. Os espanhóis estão malucos com ele. Ansiosos por sua chegada. Carlo Ancelotti, técnico do time madrilenho, está maluco com ele.

Em junho ele se desliga do Palmeiras para desembarcar na Espanha, muito provavelmente depois de disputar a Copa América nos Estados Unidos. Endrick terá para sempre no seu currículo a façanha de ter marcado o gol na vitória do Brasil contra a Inglaterra dentro de Wembley em 23 de março de 2024. Não é pouco. Ele sabe disso. Dorival sabe disso. O Brasil sabe disso.

Brasil estreia sob o comando de Dorival: 1 a 0 na Inglaterra

Brasil mostra uma cara melhor

Para um começo de trabalho depois de uma desordem que não deixou legado no comando da seleção brasileira, com Tite e depois sob o comando de Ramon Menezes e Fernando Diniz, até que o Brasil se saiu bem no lendário estádio de Wembley diante de uma poderosa e reverenciada Inglaterra, assim como é a Premier League. Depois de ser encurralada nos primeiros minutos, a seleção, de azul, mostrou bom toque de bola, alguns mais arriscados, mas em nenhum momento sentiu a pressão e a marcação adiantada dos rivais, como se não soubesse sair da armadilha.

Com o tempo, foi se achando no gramado perfeito do estádio londrino. Era para ser um amistoso, mas bastaram alguns minutos para perceber que o jogo era pra valer. O Brasil precisava ganhar para dar novo alento ao torcedor por causa da campanha ruim das Eliminatórias Sul-Americanas. Queria deixar uma melhor impressão sob nova direção. A Inglaterra, dona da casa, sustentava dez partidas sem perder.

Percebe que ainda não comentei quase nada sobre o resultado, porque, embora importante para as duas seleções e para o futebol, de modo geral, para os brasileiros havia muito mais do que apenas o “ganhou” ou “perdeu”. A seleção de Dorival Júnior tinha de mostrar alguma coisa diferente. E mostrou. Mostrou mais organização, mostrou menos firulas, mostrou mais seriedade, mostrou os setores mais bem formados e protegidos, mostrou melhor distribuição em campo e mostrou atenção. Também mostrou qualidade técnica, velocidade pelas pontas, contra-ataques (Endrick perdeu um gol no último lance da partida) e um Paquetá interessado e se destacando na armação.

Dorival Júnior estreia na seleção com vitória em Wembley / Fotos: CBF

Bom começo de Dorival

Era a estreia de muita gente e de um comando novo, e isso precisa ser ressaltado e levado em consideração também. Do outro lado, como disse, uma seleção inglesa muito, mas muito respeitada na Europa para a Eurocopa e Copa do Mundo. Para não individualizar neste primeiro jogo sob o comando de Dorival, vou me referir aos setores, com apenas alguns destaques. A defesa, por exemplo, esteve quase sempre bem colocada, com cortes providenciais e ligada o tempo todo. O goleiro Bento teve boa participação. Danilo, capitão e jogador mais experiente do time, uma voz ativa nesse novo Brasil, já não rende tanto como lateral. Ele é zagueiro na Itália e deveria ser testado dessa forma. Longe de ter ido mal, ele foi bravo na zaga.

Abro aqui um senão em relação aos laterais. Danilo perdeu o cacoete da posição pela direita, como disse, e Wendell mostrou-se tímido demais em Wembley. É preciso saber o que o treinador pediu para ele, mas o futebol da seleção sempre se permitiu a ter dois laterais com campo aberto para atacar, desde que os homens do meio ajudassem na cobertura. Não se viu nada disso pelos lados do gramado.

O meio de campo foi marcador e pegador, com boa cobertura e posicionamento. Mas deixou a desejar na criação. Paquetá foi o único a sair dessa condição, mesmo assim com o meia voltando o tempo todo para buscar bola e ajudar na marcação. Esse vai e vem cansa e desgasta. Precisa de ajuda no setor. Na frente, Vini Jr. e Rodrigo foram melhores do que Raphinha. Mas nesse trio não havia um centroavante. Prefiro ver o Brasil com um camisa 9, dentro da área ou acompanhando as jogadas pelo meio do campo, esperando a bola sobrar para dar o bote. Gosto desse estilo de ataque e atacante, como Endrick. Mas do que gostar, defendo ser necessário em qualquer time. Acreditem, amigos, escrevi esse trecho antes da entrada do atacante do Palmeiras.

O tempo de bola nos pés de Brasil e Inglaterra foi parecido, com chances de gol para os dois lados, algumas jogadas mais duras e uma arbitragem limpa e característica da Europa, sem a marcação de qualquer bobagem ou “encostão”. Tomara que os jogadores que atuam no Brasil e estiveram nesse jogo aprendam a não “chorar” tanto quando voltarem e que deixem os árbitros em paz.

Foi um bom jogo

Se tivesse de destacar alguns jogadores do Brasil, apontaria o dedo para Bruno Guimarães e João Gomes, além de Lucas Paquetá, Vini e Rodrygo. E, claro, Endrick, o predestinado. A partir do minuto 25 do segundo tempo, os dois treinadores trocaram seus melhores atletas e começaram a testar e a dar descanso para os titulares, como Gallagher e Bellingham pelo lado inglês e Rodrygo e Paquetá no Brasil. Foi nessa leva que o atacante de 17 anos entrou na partida.

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1 COMENTÁRIO

  1. […] Dorival também entendeu a fase de Endrick e sua disposição de ser o melhor de todos num curto per…. E não se curvou aos outros jogadores do elenco. Mandou o moleque para as duas partidas no segundo tempo e gostou do que ele fez. Endrick marco dois gols, um contra a Inglaterra e outro diante da Espanha. Volta maior do que foi. Ele foi aplaudido nas duas apresentações, fez o seu marketing pessoal e ganhou o reconhecimento dos europeus. Mesmo antes de vestir a camisa do Real Madrid, que o comprou do Palmeiras, o atacante já marcou um gol no Santiago Bernabéu. Ele foi “tietado” pelo presidente do clube, Florentino Pérez. “Estamos te esperando”, disse o dirigente para o garoto de 17 anos. Não é pouco. […]

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