A semana dos árbitros na escolinha da CBF não é uma novidade. A entidade já se valeu desse expediente inúmeras vezes, precedido do afastamento de quem errou dentro de campo ou na cabine do VAR. Portanto, mais do que festejar a iniciativa depois de muita chiadeira dos quatro cantos do Brasil, o importante é saber sobre o conteúdo e, claro, o aprendizado. Se o resultado tivesse sido satisfatório das outras vezes em que a Comissão de Arbitragem levou seus colaboradores para a sala de aula, eles não estariam voltando agora.

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É preciso entender as regras do futebol, mas não somente elas. O juiz tem de entender o futebol jogado, suas nuances e malandragens, suas manhas e segredos, seus defeitos e comportamentos. É preciso entender até sobre sua velocidade em campo.

Árbitros e o VAR estão perdidos nas regras, mas sobretudo no comportamento dos jogadores dentro de campo / CBF

O que quero dizer é que as 17 regras não valem de nada se os árbitros, assistentes e a turma do VAR não olharem para o comportamento de quem joga. Há uma máxima no futebol de que os árbitros levam em conta a personalidade dos treinadores. É fato que nenhum deles tem mais paciência com Abel Ferreira, do Palmeiras, tampouco com Zubeldía, do São Paulo. Ao menos sinal de reclamação, eles ganham amarelo.

Atletas e técnicos deveriam ser ouvido

Não seria demais se os árbitros na sala de aula ouvissem os próprios jogadores, do passado e do presente. Poderiam também reunir os técnicos para expor seus anseios e trocar figurinhas. Esclarecer fatos e trocar figurinhas. A impressão que tenho é que a turma da arbitragem odeia os treinadores.

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A CBF tem muita culpa nisso porque há anos ela isola os árbitros nos estádios e fora deles. São verdadeiros fantasmas sem endereço e impressão digital. Não atendem a mídia antes da aposentadoria e são arredios a tudo e a todos. Nem bom dia dão nos hotéis. Esse comportamento vem de décadas. A CBF estimulou o duelo dos árbitros com os técnicos e também com os jogadores.

Árbitros são pressionados o tempo todo: eles se isola dos outros personagens de uma partida de futebol / CBF

Meu primeiro ponto para a arbitragem é desmascarar todos eles, torná-los sujeitos do futebol de carne e osso, mais humanos e muito mais amigáveis. Esse cenário também passa pelo comportamento arredio dos atletas com a arbitragem. Vou dar um exemplo para que você entenda do que estou falando. O meia Luciano, do São Paulo, adora pressionar a arbitragem por qualquer coisa. Ele está sempre certo e todos os árbitros estão errados. É chato com a arbitragem em todas as partidas. Ele precisa mudar. Há muitos ‘Lucianos’ no futebol brasileiro.

É preciso entender o jogo

As aulinhas da CBF precisam falar mais de comportamento do que de regras. Padronizar é o único caminho, de modo a fazer com que todos no estádio entendam mão na bola ou bola na mão. Isso se perdeu há anos. Cada árbitro apita do seu jeito, com as suas interpretações, desejos, vontades, entendimento das regras… É uma balbúrdia.

Vejo muito mais problema no VAR do que na arbitragem de campo. Errar no campo deve ser encarado como natural. Errar na cabine é um vexame. Estamos cometendo muitos vexames. Todos esperamos uma solução para esse velho problema da arbitragem brasileira. O futebol profissional não pode ter árbitros amadores, assim como cartolas, estádios, gramados, gestores, torcedores, atletas…

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