O imediatismo do futebol brasileiro não permite que temporadas sejam planejadas sem ter como foco o resultado. Vivemos sob o império de uma cultura resultadista, na qual só a vitória é o que interessa. Dane-se que ainda estamos em início de temporada, com um mês de trabalho pós-férias dos jogadores.

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Essa pressão por performance a qualquer preço, a qualquer tempo, deu o tom do clássico deste domingo entre Palmeiras e São Paulo, no Allianz Parque. E fez muito mal para o jogo.

Palmeiras ataca mais do que o São Paulo, mas não encontra caminhos para ganhar o clássico em sua casa / Palmeiras

Sem nenhuma razão, a não ser essa necessidade sempre urgente de bons resultados, o trabalho dos técnicos Abel Ferreira, no Palmeiras, e Luis Zubeldía, no São Paulo, estava em xeque no Choque-Rei.

Ambos optaram por se esquivar

Isso ajuda a entender por que os dois treinadores priorizaram sistemas táticos armados para impedir que o adversário explorasse suas maiores virtudes.

Como se fosse uma luta de boxe, ao invés de agredir o oponente, ambos optaram por se esquivar. E o primeiro tempo, simplesmente, não existiu. Inacreditavelmente, a despeito da qualidade dos dois elencos em campo, Palmeiras e São Paulo protagonizaram um combate frio, com zero finalização. Nenhum chute a gol.

O único ponto interessante da contenda foi a disputa pessoal entre os técnicos, para ver qual deles reclama mais à beira do campo.

Na etapa final, o Palmeiras se soltou um pouco mais e criou pelo menos duas boas chances de gol em jogadas habituais de cruzamentos, sempre muito bem realizadas pela equipe de Abel.

Palmeira 0 x o São Paulo: em alguns momentos da disputa, o jogo foi feio e sem muita qualidade / Palmeiras

O time tem um conhecido repertório de jogadas marcadas em cobranças de falta e escanteios, explorando a altura de Flaco López e a presença do zagueiro Gustavo Gómez nos lances mais agudos – até ele ser substituído pelo atacante Thalys, outro emérito cabeceador.

Nada surtiu efeito

Como precisava mais da vitória do que o Tricolor para seguir na luta pela classificação para a fase final, e por jogar em casa, onde sempre imprime um ritmo muito forte, o Verdão ainda tentou acelerar jogadas pelas laterais do campo, especialmente com o craque Estêvão, mas nada surtiu efeito.

O menino também parou na boa marcação do adversário. O São Paulo seguiu naquele roteiro de não querer perder antes de querer ganhar.

O time só melhorou um pouquinho com a entrada de Lucas e Oscar, os dois maiores talentos da casa. Lucas teve uma boa chance diante de Weverton, mas ficou só nisso. Até porque, nos 5 minutos finais, abdicou totalmente do jogo e reforçou sua postura defensiva, dando espaços e a bola para o Palmeiras jogar.

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No final das contas, o empate não agradou a ninguém. Mas também não provocou aquele clima de desassossego que se abate em todo clube que sai de campo com a derrota. No futebol resultadista de hoje, se não dá para ganhar, é bom não perder. Como dizia Luxemburgo no passado, “o medo de perder tira a vontade de ganhar”.

As vaias da torcida do Palmeiras no final ajudam a entender a frustração trazida por esse 0 a 0 sonolento.

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