O Cruzeiro parece ter caído na real com as contratações desenfreadas feitas desde o meio do ano passado até a janela de transferência desta temporada. Foram R$ 200 milhões investidos em jogadores que ainda não brilharam. A folha de pagamento do clube de Minas saltou para R$ 20 milhões por mês. A constatação de que o barco está parado no oceano é do dono da SAF do clube, Pedro Lourenço, que adquiriu meses atrás a parte de Ronaldo Fenômeno do negócio.
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Pedrinho deu uma enquadrada no CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos, o maior responsável por montar o elenco e fazer as contratações, conforme ele mesmo admitiu em uma entrevista para a Tempo Sports. Bem ao seu estilo, Pedrinho conversou e jogou tudo para fora que tanto o incomoda no time nesses primeiros meses do ano.
Dudu, Gabigol, Cássio, Fagner…
Em sua avaliação, o elenco está devendo no Brasileirão, já tinha ficado fora da final do Campeonato Mineiro e também vai mal na Sul-Americana, com um jogo e uma derrota. O torneio da Conmebol classifica apenas o primeiro colocado de cada grupo. O segundo vai tentar uma repescagem com os terceiros da chave da Libertadores. Ou seja: a vida do Cruzeiro não é das melhores. No Brasileirão, o time de Gabigol e Dudu ganhou do Mirassol e perdeu para o Internacional.
Fizemos contratações que não deveríamos. Temos de trabalhar para recuperar isso. Às vezes, temos muitos jogadores para uma mesma posição, mas não com o perfil que o técnico precisa. O Alexandre Mattos (CEO) sabe disso, conversei com ele, e ele tem consciência. Não tem uma receita certa no futebol, mas o nosso departamento errou muito nisso aí, e o Alexandre é o chefe, então sempre cai nele.
PEDRO LOURENÇO, DONO DA SAF DO CRUZEIRO
Pedrinho não é capaz de segurar suas emoções nem de deixar de tomar decisões que lhe pareçam corretas para o Cruzeiro. Há jogadores no elenco que correm risco de ser vendidos na janela daqui a três meses, quando os torneios vão parar para que a Fifa realize o seu Mundial de Clubes nos Estados Unidos.
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O dono do Cruzeiro chegou a dizer que o “futebol não é um bom negócio”. E fez até uma comparação com a rede de supermercado de sua propriedade para explicar como o dinheiro voa no mundo da bola.
Eu trabalho na empresa, se der 3% de lucro, solto foguete. Você tem empresário (no futebol) que fala em 10%, todos os meses… em salário de R$ 2 milhões, ele leva R$ 200 mil todos os meses. E quem paga sou eu. Tem comissão, diferença de câmbio… É um tempo de muito aprendizado para pegar a rédea das despesas. O futebol é desproporcional.
Pedro Lourenço
Até mesmo o torcedor esperava um pouco mais do seu time depois das contratações de Dudu, ex-Palmeiras, e Gabigol, ex-Flamengo. Eles não são os responsáveis pela equipe ainda não ter respondido à altura do que deseja seu dono, mas também passam a ser cobrados para mostrar melhor futebol.
