Já passou da hora de o Fortaleza ter o reconhecimento do torcedor brasileiro e não somente dos seguidores do time do Ceará. E também dos clubes rivais que disputam com ele o Brasileirão, por exemplo. O Fortaleza cresce sobre bases sólidas e finanças bem estruturadas. Não dá passos maiores do que a perna como muitas outras agremiações, de modo a crescer suas despesas e dívidas para patamares assustadores.

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O Fortaleza caminha na contramão disso, prioriza a boa gestão e a organização do clube em todos os seus setores, o que acaba beneficiando o futebol dentro de campo. Ter um treinador, Juan Pablo Vojvoda, argentino, por mais de três temporadas sem que ele perca o entusiasmo pelo elenco, pela cidade e pelas coisas do clube é uma façanha e tanto. O clube saltou para 45 mil sócios torcedores em seu programa.

Juan Pablo Voyvoda ajudou a formar o Fortaleza nas últimas temporadas: ele já teve ofertas para sair e ficou / Fortaleza

Mas por que Vojvoda, enamorado por muitos clubes de mais tradição no cenário brasileiro, continua no Fortaleza, trabalhando com a mesma garra e competência? Porque ele vê no clube projetos, caminhos, metas, organização, pagamento em dia, projeção… e acompanha o noticiário de outros times que já tentaram contratá-lo. Coloca tudo isso na balança e decide permanecer onde está. Simples assim.

Nenhum time do futebol brasileiro ganha fácil do Fortaleza no Castelão. Nem Palmeiras nem Flamengo nem Botafogo, para citar os mais badalados. Não é por acaso que a equipe de Vojvoda ocupa a segunda colocação do Brasileirão, e já esteve na ponta da tabela.

Quando atua fora de casa, o Fortaleza também impõe respeito. Só não vê quem não quer. É um time regular. Sua gestão dá passos assertivos em contratações e renovações de contrato, em parcerias e decisões do futebol. Jogadores descartados em outras equipes, como Breno Lopes e Marinho, viram peças importantes sob o comando de Vojvoda.

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Vale lembrar que o Fortaleza está nessa toada já faz algum tempo. Não é um time que apareceu nesta temporada. Tem sido forte no Nordeste e também nas competições nacionais e sul-americanas. Seus jogadores vestem a camisa com orgulho.

Breno Lopes deixou o Palmeiras, de Abel Ferreira, para ser um atacante importante no esquema de Voyvoda / Fortaleza

Da mesma forma do entendimento do treinador, os atletas sabem o tamanho do clube e conseguem vislumbrar um caminho promissor nos próximos cinco anos. Esse talvez seja um dos segredos do Fortaleza: olhar para o futuro e traçar planos a longo prazo. Em muitos rivais brasileiros, o planejamento dura 24 horas.

Marcelo Paz, CEO do clube depois de ser presidente, é um dos responsáveis por essa organização. Ele vai sair um dia. Antes disso, espera deixar uma estrutura ajeitada, de modo a depender menos das pessoas e se valer mais de um funcionamento existente, de um modelo de gestão.

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