O futebol brasileiro encaminha uma reação para a debandada dos seus jogadores para a Europa. De forma ainda lenta e com pelo menos um dos pés no chão, alguns clubes começam um movimento de repatriar atletas ainda em condições de oferecer bom futebol nas competições nacionais e da América do Sul. O Flamengo acaba de contratar por dois anos o zagueiro David Luiz, que podia permanecer na Europa, mas que veio jogar no Rio de Janeiro. O Atlético-MG, depois de oferecer um contrato para Hulk (foto), foi atrás de Diego Costa e aumentou seu poder de fogo no Campeonato Brasileiro e Libertadores, por exemplo.

Os dois atacantes construíram suas carreiras no exterior. Agora, fazem a alegria do torcedor de Minas e também daqueles que gostam de bom futebol. Da mesma forma, o Palmeiras trouxe de volta o pequeno Dudu e deu ao time mais poder de fogo. Recentemente, o Corinthians fez a contratação mais barulhenta dos últimos tempos no clube, repatriando o atacante Willian. Isso aconteceu semanas depois de também abrir os cofres para contratar Roger Guedes, Giuliano e Renato Augusto.

O São Paulo também foi buscar no Velho Continente o atacante Calleri, cuja rápida passagem pelo clube do Morumbi em 2016 foi suficiente para deixar saudade no torcedor. Já havia repatriado Daniel Alves em 2019, mas essa negociação financeira não deu certo – ele não joga mais no time por falta de pagamento. Há atrasos de R$ 12 milhões.

É inegável, no entanto, que todos esses jogadores vão melhorar o futebol brasileiro. Quem ganha com isso é o torcedor, os patrocinadores e as tevês que têm os direitos de transmissão das partidas. Isso sem falar dos estrangeiros que o Brasil já abraçou faz tempo, como De Arrascaeta, Sánchez, Gustavo Gómez e tantos outros que atuam no país. Há mais de 70 estrangeiros jogando no país.

O Brasil melhorou muito seus times da primeira divisão com essa movimentação. Com elencos mais fortes, a possibilidade de ganhar campeonatos aumenta. A audiência melhora e os negócios passam a ser feitos de forma mais convincente por parte dos clubes. Agora eles têm o que oferecer e podem cobrar mais por isso. As emissoras de TV estavam baixando suas ofertas porque os times em campo eram ruins, faziam partidas ruins e empobreciam o produto futebol.

Isso mudou para pelo menos seis ou sete clubes da primeira divisão. É inegável que o futebol brasileiro melhorou. Esses jogadores também impulsionam novos contratos para o clube, vendem camisas e brevemente vão ajudar a lotar os estádios – ainda há uma discussão sobre a volta do torcedor às arenas por causa da pandemia. Mas a retomada é iminente nesses meses de setembro e outubro, sobretudo com os números da COVID-19 baixando (felizmente) no Brasil.

Tecnicamente, esses atletas repatriados na faixa dos 33 anos ainda podem dar muito aos times brasileiros. Eles sobram em campo. Há a preocupação com a falta de dinheiro e parceiros para bancar seus salários, quase todos na faixa de R$ 1 milhão por mês. O caso de Daniel Alves no São Paulo causa arrepio nos dirigentes, no entanto. Ele foi contrato por valores que o clube paulista não consegue pagar. O resultado foi uma dívida de R$ 12 milhões é uma rescisão antes do prazo, possivelmente com desdobramentos na justiça. O São Paulo fez tudo errado. Daniel abusou da falta de pagamento e fez o clube de refém. Esse tipo de negócio não é um bom modo de repatriar bons jogadores. É preciso aprender com ele.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui