A história de Gabigol no Flamengo não pode ser resumida nos dois últimos anos ou nas confusões que ele aprontou em sua passagem pelo clube. Neste domingo, Gabigol faz sua última partida pelo time da Gávea, depois de cinco anos vestindo sua camisa, entre altos e baixos, mas com temporadas, gols e conquistas importantes.
De modo que ele é, sim, importante para a história do Flamengo, sem qualquer comparação com outros jogadores, como Zico e Júnior, por exemplo. O que faltou ao atacante foi entender o seu tamanho no clube e como lidar com uma saída honrosa.
Gabigol deixa o Flamengo amado pela torcida, que vai lotar o Maracanã na partida contra o Vitória neste domingo, na bronca com a diretoria de Rodolfo Landim, querido pelos companheiros de vestiário e com declaração de guerra ao técnico Tite, a quem acusa de ter tirado sua paz no time.
O atacante se enrolou em confusões por falta de orientação, como vestir a camisa do Corinthians e se permitir postar nas redes sociais ou ainda atrapalhar os profissionais do doping numa visita surpresa na Gávea em dia de treino. Gabigol achou, de fato, que era o Rei do Rio.
2019 foi o melhor ano de Gabigol
A temporada de 2019, sob o comando de Jorge Jesus, foi sua melhor, com 59 jogos e 43 gols. Ele festejou três conquistas, a maior delas a da Libertadores, diante do River Plate, quando fez dois gols nos minutos finais e virou a partida diante dos argentinos.
Ele manteve sua pegada de jogos, mas fez menos gols nas temporadas seguintes (2020/21). No entanto, sempre esteve nos braços do torcedor do Flamengo, com gols, assistências e conquistas. Foi tricampeão carioca em 2021, com três gols nas duas partidas das finais. O público amava Gabigol e ele sabia tirar proveito disso.
Em 2022, ele começou a ver a sombra de Pedro por perto. Como atuavam no mesmo setor, Gabigol sabia que tinha de disputar posição. Pedro é mais técnico, mas tem menos carisma. E era tido como um novato pelo atacante titular.
Neste mesmo ano, Gabigol festejou mais duas conquistas das 11 que teve em sua vida na Gávea: Copa do Brasil e Libertadores. O Fla mandava no futebol.
Pena que nos anos seguintes, Gabigol passou a jogar menos e a brigar mais. Com Tite, ele caiu de produção e viu Pedro ganhar espaço. Em 2023, ainda fez 20 gols. O time era comandado por Sampaoli. Seu pior ano foi em 2024.
Ele detonou Tite
Gabigol mais ficou fora do que dentro de campo. Parou de balançar as redes e já não era mais a aposta do treinador. Tite nunca acreditou em Gabigol. Sua situação foi piorando a cada declaração sobre a renovação de contrato com o Flamengo.
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Depois, o atleta detonou a diretoria por não cumprir o que havia prometido a ele, um contrato de cinco anos. Detonou Tite por não escalá-lo. Perdeu a confiança de Filipe Luís. Nunca admitiu ter errado. Sempre se colocou como vítima.
Neste domingo, aos 28 anos, ele se despede oficialmente do Flamengo no jogo do time contra o Vitória, no Maracanã. Por ora, seu destino é o Cruzeiro, segundo os dirigentes de Minas.