O técnico Luís Zubeldía estava abatido na última entrevista, quando o São Paulo permitiu o empate em casa contra o Alianza Lima, depois de estar vencendo por 2 a 0 na Libertadores. Ele foi responsabilizado pelo resultado porque tirou do jogo o atacante Ferreirinha, autor dos dois gols do time. Ora, ele tomou a decisão em cima das informações que tinha do departamento médico, de que poderia perder o atacante desgastado.
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Não foi por isso que o São Paulo empatou no Morumbis no meio da semana. Mas o fato é que Zubeldía se abateu e ouviu vaias. Ele sabe que seu contrato está na mesa do presidente Julio Casares. Seu acordo vai até dezembro, com multa rescisória de três salários apenas. O argentino deve receber R$ 200 mil por mês. Nem é muito dinheiro perto do que ganham seus colegas de profissão no futebol brasileiro, cujo salário mais alto deve ser o de Abel Ferreira, do Palmeiras: na casa dos R$ 2,1 milhões.

Demitir Zubeldía é mais gasto para o São Paulo: gasto com rescisão e multa e também com a oferta de luvas e salário para um próximo treinador. O clube precisa pensar direitinho se esse é o caminho. O Tricolor fechou 2024 com um rombo de R$ 287 milhões e uma dívida acumulada de quase R$ 1 bilhão. A temporada é de enxugamento de despesas. Portanto, trocar o treinador significa ter mais gastos.
Vale a pena trocar Zubeldía?
Vale a pena fazer a troca de comando? O problema está mesmo no treinador argentino? O clube tem dinheiro para gastar com essa movimentação? Tem treinador no mercado muito melhor do que Zubeldía? É preciso se fazer todas essas perguntas e outras mais para tomar a decisão. Salários e premiações estão sendo pagos com muito custo no clube, com atrasos que se convencionou chamar de “fluxo de caixa”.

Tenho certeza de que Muricy Ramalho, gerente de futebol do São Paulo, não defende a troca do treinador neste momento. Carlos Belmonte também não. Aliás, momentos antes do jogo com o Cruzeiro, Belmonte garantiu o treinador em entrevista para a ESPN. The Football já sabia disso. O trabalho de Zubeldía já foi avaliado e a cúpula tricolor entendeu que deveria ficar com o técnico. Mas nenhum treinador no Brasil está desobrigado dos resultados de campo.
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No entanto, The Football apurou que há gatilhos que podem mudar esse cenário, como não se classificar para a fase de oitavas de final da Libertadores ou entrar no Z-4 depois de cinco rodadas do Brasileirão ou ainda cair fora do primeiro mata-mata da Copa do Brasil – o São Paulo vai enfrentar o Náutico.
Jogadores são culpados também
Julio Casares e seus pares vão esperar por esses acontecimentos, se eles acontecerem, para ter argumentos para uma demissão. Caso contrário, não se fala mais nisso. A responsabilidade dos maus resultados, que nem são tão maus assim, deve ser dividida entre o treinador e seus jogadores. Não há dúvidas sobre isso. E o elenco está com o treinador, assim como a diretoria.
De modo que o clube também precisa saber o que quer nesta temporada: não dá para arrumar a casa financeiramente e ter um time e uma comissão técnica sem problemas.