Na coluna anterior, pontuei que o Corinthians melhorou o seu elenco com as contratações feitas pelo presidente Augusto Melo. Era um grupo ruim e agora há bons jogadores capazes de dar esperanças ao torcedor.
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Isso é uma coisa. A outra é a situação absurda da diretoria de investir dinheiro que não tem em contratações caras e na condição de apostas, como é a contratação do atacante holandês Memphis Depay, de 30 anos, cujo salário com luvas e premiações vai chegar perto dos R$ 2,7 milhões por mês. É muito dinheiro para um atleta que ainda não se sabe se será aceito pelo elenco. Tem isso também.
Há grandes chances de o vestiário rachar depois de contratações milionárias quando o clube deve para atletas desde o começo do ano. Esse é o Corinthians neste momento. Uma casa de papel. Uma fantasia financeira sem freio.
Depay vai custar por dois anos e meio, cerca de R$ 70 milhões. É dinheiro da patrocinadora. Então tudo bem? Tudo bem uma ova.
Augusto Melo poderia usar esse dinheiro e os outros R$ 200 milhões já investidos em reforços neste ano para pagar suas contas e ganhar a confiança do mercado, reduzir parte de sua dívida de R$ 2 bilhões e mostrar boa intenção ao credores ou ainda quitar mais do que os juros mensais de seu estádio, em Itaquera, cuja dívida é de R$ 710 milhões.
O clube, numa cara de pau absurda e desprovido de honra ou vergonha, autorizou a torcida organizada Gaviões da Fiel de tentar fazer uma “vaquinha” para quitar essa pendência da arena com a Caixa Econômica Federal.
É, portanto, um clube que arrecada anualmente R$ 1 bilhão, com potencial imenso de marketing e negócio, mas refém de uma péssima gestão, atual e anterior, de modo a administrar suas contas, principalmente o futebol, como se não tivesse nada para trás. O Corinthians não começou na gestão de Augusto Melo.
O Corinthians olha só para frente e se esquece das dívidas do passado. Isso é absurdo e vergonhoso. Tanto é que conselheiros pedem o afastamento de Augusto Melo, num processo de impeachment legítimo correndo dentro do Parque São Jorge.
O Corinthians gasta dinheiro que não tem, investe alto em contratações sem saber como vai pagar, não honra suas contas mais próximas, é cobrado e vai se endividando sem limites no PIX. O clube responde a processos administrativos na Justiça por “desvio de dinheiro” e “falta de transparência” nas negociações.
