O governo prepara uma série de medidas para a proteção das modalidades esportivas em função da regularização dos sites de apostas no Brasil a partir de janeiro de 2025 e pode retirar das odds o recebimento de cartões no futebol. A preocupação também é com a jogatina de menores e de pessoas ligadas diretamente com as partidas e disputas esportivas.
Já se sabe, segundo informou o Uol, que as categorias de base do futebol não terão patrocinadores de bets em seus torneios em 2025 e nas transmissões dos jogos na TV e também no streaming, como a edição da Copinha, que começa dia 2.
Muitas orientações serão repassadas para a população. Haverá uma cartilha de conduta. Os clubes já fazem isso porque não querem seus atletas envolvidos em armações.
A medida faz parte de um pacotão de outras intervenções para tornar o negócio transparente, disciplinado, com regras definidas e regulamentado, sem que haja qualquer desconfiança do torcedor.
Combate contra as fraudes
Os mecanismos já existentes para detectar fraudes serão potencializados, com a participação das próprias casas de apostas, as mais interessadas na operação “limpa” no Brasil, do governo e das federações esportivas. A CBF já faz esse tipo de monitoramento. O combate contra as fraudes será intenso.
O governo cobrou R$ 30 milhões pela outorga das casas de apostas para elas poderem operar no Brasil a partir de janeiro. A discussão sobre a regulamentação das bets no país ficou parada no governo Jair Bolsonaro e foi retomado no mandato de Lula. Sites médios já movimentam até R$ 6 milhões por mês.
Sede por impostos das bets
Além da sede de arrecadação de impostos, o governo terá de se preocupar com a lisura das apostas, com todas as regras para os apostadores maiores de idade e proibição dos menores e com a saúde mental das pessoas que fazem sua fezinha. Como se sabe, há pessoas se endividando com essa jogatina online.
Em Brasília, a preocupação também é não ter “partidas marcadas”, com resultados e ações dentro de campo planejados para premiar apostadores. O Ministério Público de Goiás foi pioneiro em desvendar armações e desmascarar quadrilhas nesse sentido, com o envolvimento de jogadores de futebol aliciados pelos bandidos.
O governo promete regras duras contra a fraude nas apostas. Nada se confirmou do envolvimento das bets em qualquer atitude fraudulenta. Aliás, elas sempre pagaram aos apostadores.
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Apostas nos cartões
Há ainda a possibilidade de o governo pedir para que se retire das odds (tipos de apostas) algumas situações consideradas delicadas, como o recebimento de cartões amarelos e vermelhos. Há um entendimento de que se trata de um movimento muito comum ao futebol e seus atores, e também muito subjetivo por parte da arbitragem.
H2bet e Sportingbet
Estima-se que as apostas já movimentam R$ 100 bilhões no Brasil. Isso equivale a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Com a regulamentação, esses índices podem aumentar. O futebol possui parceiros bets em clubes e campeonatos. O Palmeiras está prestes a anunciar a Sportingbet como seu novo patrocinador máster. O Atlético-MG vai receber R$ 180 milhões da H2bet por um contrato de três temporadas.