O presidente do Corinthians Augusto Melo pode ser afastado do cargo nesta segunda-feira, dia 20, após um ano e um mês de mandato. Conselheiros do clube vão votar o pedido de impeachment protocolado em agosto do ano passado e interrompido no dia 2 de dezembro por decisão da Justiça. Uma liminar mandou o processo parar e Melo ganhou tempo para poder articular sua defesa.
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Investigações da Comissão de Ética do Corinthians e também da polícia estão sendo conduzidas para esclarecer as acusações de que o presidente sofre: gestão temerária e desvio e lavagem de dinheiro. O Corinthians iria pagar R$ 25 milhões de comissão a intermediários ‘laranjas’ pelo contrato com a VaideBet.
Com a liminar que protegia Augusto Melo derrubada, o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Romeu Tuma Jr., encaminhou a continuidade da votação do pedido de afastamento de onde a reunião foi suspensa, antes do primeiro conselheiro votar. Eles são 302 e votam de forma fechada.
A expectativa é que torcedores uniformizados da Gaviões da Fiel estejam no clube e que impeçam a votação. Eles estão junto com Augusto Melo. Romeu Tuma Jr. vai convocar também a polícia militar e a CET para impedir que haja confusão no clube e em suas imediações, inclusive no trânsito da região. As manifestações vão começar no meio da tarde, por volta das 15h.
O que você precisa saber
The Football faz um resumo do que o leitor precisa saber sobre a votação desta segunda-feira do pedido de impeachment contra o presidente corintiano Augusto Melo. A decisão será tomada no Parque São Jorge.
O que está em jogo
A votação pode acabar com o mandato do presidente Augusto Melo, eleito no fim de 2023 para gerir o Corinthians até novembro de 2026. Portanto, ele está em seu segundo ano no comando.
Quando e onde será a votação
O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Jr., marcou a reunião dos conselheiros para segunda-feira, dia 20, às 18h, em primeira chamada, e para as 19h, na segunda. Será no Parque São Jorge. Geralmente, tudo começa na segunda chamada.
Quantos conselheiros votam
O Corinthians tem 302 conselheiros e todos podem votar. O voto é fechado, portanto, ninguém fica sabendo quem votou pelo impeachment e quem votou pela permanência de Augusto Melo.
Como se dá a contagem dos votos
O resultado é conhecido no mesmo dia, por urna eletrônica. O resultado sai da conta simples da votação: a maioria ganha. Pode ter conselheiro que não apareça para votar ou se abstenha. Existe denúncias de ameaças a eles por parte de torcedores não identificados.
O que acontece depois da votação
Se Augusto Melo sofrer impeachment, ele deixa o cargo imediatamente. Quem assume o comando do clube é o primeiro vice-presidente, Osmar Stábile. Ele tem a missão de convocar uma reunião dos associados para confirmar o afastamento ou não do presente. Tem cinco dias para fazer isso.
Os sócios precisam aprovar o impeachment?
Sim. Os sócios do Corinthians em condições de votar podem aprovar o afastamento ou não. A decisão final pertence aos associados. Quando foi eleito, Augusto Melo teve 2.771 votos, contra 1.413 do outro candidato, de um total de 4.184 votantes.
Quem pediu o impeachment de Melo?
O pedido de afastamento foi feito em agosto do ano passado pelo grupo da oposição Movimento Reconstrução. O pedido teve a assinatura de 86 conselheiros. Ele nasceu da investigação do Comitê de Ética sobre possíveis irregularidades no contrato do clube com a patrocinadora VaideBet. As suspeitas são de lavagem de dinheiro e repasse de comissão a “laranjas”, conforme informou o UOL.
A torcida vota?
Não. Membros das torcidas organizadas do Corinthians não votam. Votam apenas conselheiros e depois associados do clube.
E se o sócio aprovar o afastamento?
Se os conselheiros votarem pelo impeachment e os associados do clube confirmarem a decisão, o primeiro vice-presidente tem de marcar uma nova eleição para presidente no prazo de dois meses. Até lá, ele será o presidente em exercício.
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Outros presidentes afastados
2020 – Santos – José Carlos Peres. Por gestão temerária das contas do clube de 2019. O pedido de afastamento teve 1.005 votos dos 1.078 participantes.
2002 – Flamengo – Edmundo Santos Silva. Apenas 530 conselheiros do clube do Rio votaram pela sua saída. Dos que participaram da reunião, 26 queriam sua permanência. Ele foi acusado de desvio de dinheiro e fraude contábil.
2015 – São Paulo – Carlos Miguel Aidar. O presidente tricolor foi acusado de desvio de dinheiro. Aidar renunciou ao cargo antes de ter seu pedido de impeachment votado.