Depois de uma passagem que parecia duradoura e feliz, a trajetória do atacante Dudu no Palmeiras terminou de forma melancólica. Como todo mundo sabe, a saída do jogador foi traumática e teve cenas impróprias para qualquer relação de trabalho que se pressuponha saudável.
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Primeiramente, Dudu forçou uma negociação a contragosto do clube e chegou a apalavrar um contrato com o Cruzeiro. A negociação só não foi concluída porque, com medo da reação da torcida palmeirense, o jogador mudou de ideia e não honrou sua palavra com o contratante. Indignada com a postura do atleta, que passou um ano contundido recebendo salário em dia, a presidente Leila Pereira expôs publicamente sua contrariedade e disse que já considerava Dudu carta fora do baralho do elenco, dado que a direção do clube, procurada pelo Cruzeiro e informada do acordo, aceitou a oferta do clube mineiro.

Como Dudu roeu a corda diante da pressão da torcida, ele ficou meio encostado no clube à espera de uma ocasião mais apropriada para fazer a troca de camisa – o que se deu efetivamente no fim da temporada de 2024.
Teve palavrão contra Leila
Também é de conhecimento geral que esse distrato deixou marcas nada amigáveis nas relações pessoais do atleta e da dirigente, que trocaram provocações através das redes sociais. Numa delas, Dudu subiu o tom e, de maneira mal-educada, escreveu uma mensagem agressiva, que incluía um palavrão diretamente direcionado à Leila.
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No dia 13 de janeiro de 2025, Leila disse, durante uma entrevista convocada pelo clube para a apresentação do novo patrocinador do Verdão, que Dudu tinha saído pela porta dos fundos. Imediatamente, Dudu respondeu, fazendo um story com uma foto em que ele aparece cercado de taças dos títulos que ajudou o Palmeiras a conquistar.
A manifestação começou irônica: “O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pela porta dos fundos…” e terminou de maneira mal-educada, grosseira, absolutamente desnecessária. “Minha história foi gigante e sincera, diferentemente da sua sra. @leilapereira. Me esquece VTNC“.
A sigla de quatro letras dispensa tradução. E para poupar os leitores do The Football, não vamos explicá-la. O léxico fala por si.
Ação de R$ 500 mil
Pior do que essa ofensa gratuita e inaceitável é o argumento apresentado pelo advogado de defesa do jogador no processo que Leila move contra ele por danos morais, numa causa que requer R$ 500 mil de indenização.

Em sua defesa no processo, que corre na 11ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), os advogados sustentam que Dudu, na verdade, usou a sigla para dizer “Vim Trabalhar No Cruzeiro”.
É inacreditável. Totalmente nonsense acreditar que essa seja uma versão capaz de convencer algum magistrado. Apresentar essa possível tradução para a sigla VTNC é zombar da Justiça e brincar com a seriedade de uma peça processual minimamente embasada em princípios éticos.
A agressão proferida por Dudu foi explícita, ainda que cifrada, e sua defesa é risível. Tudo bem que nos tribunais manobras jurídicas, por vezes, atingem objetivos que não têm explicação lógica. Certo também que advogados são treinados para relativizar evidências e confundir juízos. Mas essa tese é totalmente descabida, difícil de engolir.
O texto da defesa de Dudu
Vejam como ela está descrita na ação (sem qualquer correção de texto): “O Réu não xingou a Autora, limitando-se a fazer alusão às letras VTNC – o que pressupõe no contexto dos fatos envolvendo os demandantes que podem ter diversas interpretações – inclusive “VIM TRABALHAR NO CRUZEIRO”. Além disso, apenas pediu para que a Requerente o esquecesse, deixasse em paz. O Requerido não escreveu nada mais do que isso, ao contrário do que tenta fazer a Requerente ao juntar nos autos uma ata notarial com expressão inexistente no suposto post do Requerido registrado no Instagram. Ademais, ainda que as siglas registradas na resposta do Réu “VTNC” pudessem ter sido interpretadas equivocadamente como, alusão ao órgão excretor do corpo humano, trata-se apenas de uma expressão de baixo calão, sem potencial para ofender a honra”.
Desculpas esfarrapadas
É com base nesse amontoado de desculpas esfarrapadas que os advogados pedem que a ação seja julgada improcedente. Entendem os nobres doutores da lei que “a resposta do Réu foi legítima, pois a declaração da Autora atacou sua honra, a sua histórica imagem e atingiu sua moral”. A peça alega ainda que “do decorrer de 7 meses (de junho a dezembro de 2024), o Réu vivenciou assédio moral e psicológico praticado pela Autora e suportou silenciosamente”.

Agora cabe à Justiça se pronunciar sobre o pleito e dar seu veredito. Seja ele qual for, ao aceitar essa tese maluca dos seus advogados, Dudu perdeu a chance de dar uma demonstração de grandeza e assumir o que escreveu e talvez tentar um acordo seguido de um pedido de desculpas. Pode ser menos dispendioso economicamente, mas certamente é mais digno.
Pense bem, Dudu! Ainda dá tempo.
Vale Tentar Novo Caminho…