A tendência é achar positiva a lei que dá aos clubes de futebol o direito de negociar suas partidas com as emissoras de tevê e empresas de streaming sem precisar tratar com o time rival. Tratar-se da Lei do Mandante.

Desde 20 de setembro de 2021, os times de futebol que não têm contratos assinados com emissoras podem negociar suas partidas como bem entender. Quando sancionou a lei, o presidente Jair Bolsonaro manteve todos os contratos vigentes até o seu término. A lei do mandante é pouco explorada pelos clubes porque eles negociam mal seus direitos.

A maioria dos acordos de transmissão acaba neste ano. Os clubes tiveram tempo suficiente para entender a lei e fazer valer seus direitos. As TVs tradicionais ainda são sedutoras.  

Alguns contratos já testaram clubes nesse sentido. Anos atrás havia a turma da Globo e a turma da Turner, duas poderosas emissoras. Mas não só. Em outras competições, o SBT também entrou no jogo, assim como canais de streaming. Hoje, o torcedor acompanha de perto essa briga pelos direitos das partidas do Brasileirão. 

Com a Lei do Mandante, os clubes podem precificar seus mandos, como já fazem, mas sem precisar dos rivais para isso. Vendem os jogos em que são mandantes, de modo a poder derrubar tetos estipulados e a fazer acordos exclusivos. A ideia era que houvesse mais empresas na mesa de negociação e que os clubes negociassem com quem quizessem.

Os clubes vão querer se envolver com novos formatos, pelos menos aqueles que podem arriscar. A TV-Fla, por exemplo, está disposta a mostrar as partidas do Flamengo no Campeonato Carioca em seu próprio streaming, abrindo o canal para quem pagar uma taxa.

Mas há problemas nesse novo caminho. Os times de elencos menos atrativos vão sofrer. Terão menos ooder de barganha para oferecer.

O que valoriza uma equipe de futebol? Seu elenco, seu poder de competitividade, craques, sua torcida e seu estádio. Há outros fatores que podem valorizar um time de futebol e todos eles passam por uma boa gestão. Quem não tiver isso, estará fora do jogo.

Uma liga forte pode ser capaz de negociar em bloco para todos os clubes da Série A, de modo a encontrar caminhos para valorizar os times menos atrativos ou com menor poder de barganha. Unidos, eles podem ser mais fortes. É o que acontece com a Libra e Liga Forte. Haverá ainda uma confusão para saber onde cada time terá seu jogo exibido. 

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