Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, vem sendo reconhecido financeiramente a cada temporada / Cesar Greco / Palmeiras

O Palmeiras vem adotando uma postura que lembra muito a de John Textor, dono da SAF do Botafogo: a de jogar no ar desconfiança sobre a arbitragem contra o time. Abel Ferreira falou isso e Leila Pereira também. Textor foi duramente condenado pela opinião pública ao acusar e não provar que o Palmeiras estava sendo beneficiado.

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O caso foi parar numa CPI em Brasília. Há processos na Justiça comum contra ele. Ocorre que a turma do Palmeiras anda fazendo a mesma coisa. Está errado.

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, disse que não festeja mais gol do time por causa do VAR / Agência Palmeiras

Em entrevistas recentes, Abel disse que o time teve 15 gols anulados pelo VAR. Jogou essa informação sem dar detalhes, como quem diz que o clube está sendo prejudicado. Ele não pode fazer isso. Sua informação deveria ser que “o Palmeiras teve 15 gols anulados pelo VAR e o árbitro de vídeo acertou em dez, doze, em todas…”

Quando ele diz que os gols foram anulados sem explicar se a arbitragem estava certa ou não, ele joga o torcedor palmeirense contra todos os árbitros que pisam no gramado do seu estádio. Isso não é certo.

Vou dar um exemplo para que isso fique mais claro: o gol de Gustavo Gómez, que levaria a decisão contra o Botafogo na Libertadores, para os pênaltis, nesta quarta, foi bem anulado. A bola bateu na mão esquerda do zagueiro. Desta vez, Abel não condenou, apenas disse que “o futebol é assim”. Foi um gol anulado que vai se somar aos 15 pontuados por Abel.

Faculdo Tello foi para o VAR analisar a mão de Gustavo Gómez no terceiro gol do Palmeiras contra o Botafogo / Palmeiras

Da mesma forma, Leila Pereira deu uma de Textor após a partida contra o Botafogo. Logo ela que tanto criticou, com muita razão, o dirigente americano. Ela disse, textualmente, que “não comemora mais gols do Palmeiras porque todos eles vão para o VAR”. Exagerou. Mas se a frase fosse dita por Textor, todos estariam apontando o dedo para o americano.

Leila, no alto de sua sabedoria após três anos de mandato e tomando conhecimento nesse período das mazelas do futebol brasileira, não poderia dizer isso. Primeiro porque isso não é verdade. Segundo porque o VAR está para isso mesmo, embora com todas as suas falhas. E terceiro porque ela é presidente do Palmeiras e suas reclamações devem ter caminhos oficiais, com provas.

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Isso, de jogar para a torcida que o Palmeiras está sendo prejudicado pela arbitragem, com esses comportamentos ensandecidos de técnicos e auxiliares à beira do gramado e declarações sem sentido, não combina com o clube, com seu futebol, sua estrutura, seu amadurecimento e suas conquistas.

Foi eliminado para o Botafogo e para o Flamengo, mas a vida continua. O trabalho, como disse o goleiro Weverton, continua, porque é isso que esses jogadores fazem de melhor.

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