Parece cada vez mais claro que Leila Pereira pegou gosto pelo futebol, pela gestão do esporte mais popular do planeta e tudo o que ele provoca na vida das pessoas. Ela mesma já disse isso. No Palmeiras, vai tentar a reeleição com enorme chance de ganhar e permanecer na presidência do clube por mais três anos, até o fim da temporada 2027. Leila também admitiu que depois disso, do seu segundo mandato, ela deixará o Palmeiras. Olhando isso hoje, parece impossível pela presença marcante que ela impõe em sua administração. Mas é a regra. Ainda não se sabe ao certo se Leila levará a Crefisa/FAM embora do clube. Os contratos vão vencer, mas eles podem ser renovados.
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Também não está claro se Leila Pereira deixará o futebol. Particularmente, não acredito nisso. É cedo também para bater qualquer martelo. Algumas movimentações da empresária podem nos fazer pensar o contrário, que ela permanecerá, sim, no futebol brasileiro andando por outros caminhos. Leila é identificada com o Palmeiras, mas antes disso ela é uma mulher de negócios. Isso a tira de qualquer discussão de amor a clubes, embora entenda que sempre estará identificada com as cores verde e branco, mais ou menos como aqueles jogadores que trocam de times, mas se recusam a comemorar gol contra sua ex-equipe.
Leila e seu marido, José Roberto Lamacchia, não vão, por ora, adquirir a SAF do Vasco da 777 Partners por R$ 550 milhões. O empresário deu a sua palavra de ajudar o clube carioca, mas isso não vai acontecer agora, pelo menos não como dono da SAF. Pode ajudar de outras maneiras. Ele mesmo disse isso a associados do Palmeiras nesta semana. Mas só o fato de se aproximar de Pedrinho, gestor do social do Vasco, acena com a possibilidade de parceria, se não agora, mas para frente, quando o terreno estiver limpo e todos estiverem desimpedidos.
Palmeiras é o foco até 2027
O fato de Leila comandar o Palmeiras atrapalha qualquer iniciativa dessa natureza. A Crefisa poderia patrocinar outra equipe do futebol se elas aceitassem essa não exclusividade, embora não seja tão comum em se tratando de parceiro máster. Mas imagino que nem a CBF concordaria que um presidente de clube assumisse outro ao mesmo tempo da mesma divisão. Seria um barulho desnecessário e negativo no atual momento do futebol nacional e do comportamento das torcidas. No caso do Vasco, há ainda toda essa confusão jurídica e de investigação da 777 Partners nos Estados Unidos. Portanto, qualquer empresário sabe que não é hora de se juntar ao Vasco até que tudo seja muito bem esclarecido.
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Mesmo assim, vale ressaltar que o interesse da família Crefisa no futebol parece não se limitar ao Palmeiras. Leila tem o futebol nas veias e pode ser dona de uma equipe em breve se ela quiser. Dinheiro para isso ela tem. Já tem também até estádio, como todos sabem, em Barueri. Leila ganhou o direito de administrar o estádio de Barueri por 35 anos. É um negócio da empresária. Também constrói uma empresa de aviação, a Placar, para transportar clubes de futebol pelo Brasil e América do Sul, segundo ela, a preços mais em conta. O Palmeiras já usa a companhia aérea de sua presidente. O avião de Leila também ajuda no socorro aos brasileiros do Rio Grande do Sul após as enchentes no Estado.
Leila tem muitos desafios no clube
De modo que, comprar uma SAF, a do Vasco ou de outra equipe qualquer, parece cada vez mais um caminho para Leila seguir depois de deixar o Palmeiras. Ela foi a primeira presidente mulher do time paulista. Se não for eleita em dezembro, o que dificilmente acontecerá, ela deixará o clube com dever de missão cumprida pelas conquistas e reformas, pela gestão no trilho e dinheiro em caixa, com erros e mais acertos, e com a torcida mais satisfeita do que arrependida. Se ficar, terá novos desafios e compromissos. E se tiver planos para comprar um clube, esses planos terão de ser adiados. Por ora.
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