O Palmeiras mostra números animadores de suas finanças para a temporada, mas a projeção até o fim do ano não avança muito no que diz respeito às receitas totais, mesmo que o ganho estimado seja o dobro do que foi em 2023. O Palmeiras continua gastando muito e permanece estacionado no volume de dinheiro que faz em um ano fiscal. O parâmetro agora, gostem ou não os clubes brasileiros da elite, é o Flamengo, cujo balanço do ano passado apontou para uma receita de R$ 1,3 bilhão. É para esse valor que os presidentes do futebol brasileiro devem olhar, com apetite.
Os números do Palmeiras são ótimos para os dois primeiros meses, com superávit de R$ 46,8 milhões. Esse dinheiro veio da venda de jogadores. O clube fez uma receita de R$ 128 milhões nos dois primeiros meses de 2024. Desse montante, R$ 106,5 vieram da negociação de atletas. A estimativa era de arrecadar R$ 50 milhões. Portanto, o clube presidido por Leila Pereira segue firme e em alta velocidade nos trilhos. Há muita gente competente trabalhando e remando na mesma direção no Palmeiras, com o time em uma final para disputar, a do Paulistão, domingo, diante do Santos, e começando a Libertadores e em breve o Brasileirão.
Leila também vem baixando a dívida do time com a sua empresa, a Crefisa, patrocinadora principal do clube. Era de R$ 69 milhões bem pouco tempo atrás e neste mês é de R$ 21 milhões. Nada perto da receita. Sempre foi uma questão de honra para Leila, depois de ela ter assumido a presidência do clube, pagar as contas. Por fim, o Palmeiras espera lucrar nesta temporada R$ 17 milhões, o dobro do que ganhou em 2023. Desse ponto de vista, há um crescimento importante nas contas.
Mas é preciso ressaltar que o Palmeiras não consegue fazer mais receita do que vem fazendo. O clube parece ter chegado ao seu teto de arrecadação de R$ 900 milhões por ano. Não é pouco, mas, como disse, o Flamengo disparou nesse quesito, batendo na casa do bilhão de reais (R$ 1,3 bi). Se o Flamengo consegue, Palmeiras e Corinthians, e outros tantos mais, precisam correr atrás. Ter a maior torcida no Brasil ajuda o Flamengo, mas não pode ser só isso. De modo que Leila Pereira tem um desafio na sequência de sua gestão até dezembro e, se ganhar a próxima eleição, para os próximos três anos, que é de encontrar caminhos para novas receitas.
Há algumas ideias nesse sentido que podem ser exploradas, usando mais a imagem de seus jogadores em eventos específicos durante o dia e nos dias dos jogos, sem atrapalhar Abel Ferreira. Receitas podem ser adiantadas com a venda de entradas para períodos de jogos, como os próximos dez. O clube pode vender combos de entradas para dez partidas em sua casa. Isso traria uma receita mais certa e adiantada, com a possibilidade de aplicação. Noites de autógrafos podem impulsionar vendas de camisas. Há, portanto, caminhos a serem explorados, claro, além dos novos direitos de TV, que vão trazer mais receita para todos. O Palmeiras tem ainda uma dívida de R$ 160 milhões, segundo o clube, com a WTorre referente ao uso do estádio em shows e eventos. Esse dinheiro é acumulado desde 2014. Processos correm na Justiça.
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Gastar menos também é um desafio para Leila. A folha de pagamento do futebol do Palmeiras é alta. Especula-se que esteja na casa dos R$ 30 milhões por mês. Pagar mais para atletas e para o técnico Abel Ferreira foi uma solução encontrada, talvez a única, para segurar o elenco e a comissão técnica. Quando o time ganha campeonatos, como é o caso do Palmeiras, ele quer ser reconhecido coletivamente e também de forma individual. Isso tem elevado os gastos do clube temporada após temporada. Não se tem notícias de falta de pagamento de atletas e funcionários.
Então, para hoje, está tudo certo, mas é preciso olhar pra frente além dessa e das próximas temporadas. Leila sabe disso. Ela é uma mulher de negócios e acredito seu legado ainda não está definido no Palmeiras.
[…] comportamentos, digamos, “antidesportivos” de alguns atletas. O jogo foi um passeio do Palmeiras dentro do Allianz Parque, com uma expulsão no segundo tempo do lateral-direito Rafinha, após sua […]
[…] Leila teria consultado dois bancos para viabilizar uma oferta. Na frieza dos valores e dos números dos balanços do clube, o Allianz Parque valeria R$ 425 milhões depois de uma década de vida. A WTorre já me disse que não tem interesse em passar para frente um estádio que tem movimentação anual, que caiu nas graças das pessoas para jogos, eventos e shows musicais, de fácil acesso em qualquer dia da semana e que tem um calendário de programação pensado e realizado com meses e até anos de antecedência. Para a construtora, o negócio é muito bom. O Allianz Parque funciona a contento. […]
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