A Crefisa está com o Palmeiras desde 2015. O dinheiro da patrocinadora ajudou muito o clube nesses quase dez anos. O futebol foi quem mais se beneficiou, com bons jogadores, bons treinadores e a chegada de Abel Ferreira em 2020 e, depois disso, uma série de conquistas em competições nacionais e internacionais, como a Libertadores e o Brasileirão. Tem sido bom para as duas partes, tanto para o Palmeiras quanto para a Crefisa.
Há três anos, como todos sabem, a dona da Crefisa tornou-se presidente do Palmeiras. Leila Pereira queria muito isso e conseguiu. Sua administração é boa, austera e decisiva.
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Nessas três temporadas no comando de um dos clubes mais importantes do futebol brasileiro, negociando com entidades centenárias, como as federações e outros clubes, Leila se mostrou uma negociante de mão cheia, dura quando precisou ser dura e meiga quando era preciso ser mais doce. O Palmeiras só fez crescer com a Crefisa e com sua gestora, que deve ser reeleita para mais três anos de mandato.
Leila pagou as contas do Palmeiras e aumentou sua receita anual e está perto de zerar a dívida do clube com sua empresa. Ela tocou reformas dentro do clube e cobrou uma dívida da WTorre de R$ 160 milhões (as partes discutem os valores) referente a repasses do uso do estádio. Clube e construtora negociam pagamentos nesse sentido desde abril.
Leila mencionou em sua última entrevista, quando o Palmeiras foi eliminado pelo Flamengo da Copa do Brasil, que talvez seja hora de a Crefisa deixar o clube e abrir caminho para a chegada de novas marcas. Ela nunca disse isso. O contrato entre as partes termina em dezembro. É possível que não seja renovado.
Mais uma vez, Leila parece entender o futuro do Palmeiras e do futebol brasileiro. A Crefisa, em sua visão, talvez não tenha mais bala para concorrer com as bets no que diz respeito ao dinheiro oferecido para ser patrocinadora máster de um time grande do país.
O Palmeiras tem um preço que não é mais o mesmo de quando a Crefisa entrou no clube. As bets estão próximas de ganhar regulamentação do governo Lula, a fim de aumentar sua arrecadação com impostos. Haverá um rearranjo dos investimentos.
Leila quer sair na frente e tentar, como presidente, conseguir mais dinheiro para o clube, dinheiro que sua Crefisa não pode dar ou entende que não precisa mais dar. Quando a Crefisa entrou no Palmeiras, o clube precisa do acordo. Hoje, o dinheiro do patrocínio representa 10% da receita anual, nas casa dos R$ 900 milhões.
O Palmeiras é gigante e a Crefisa e minhas marcas estão muito vinculadas ao Palmeiras. São quase dez anos de parceria. Acho que o Palmeiras precisa caminhar com suas pernas e não deve ficar vinculado a uma marca só. Quero mostrar que o Palmeiras é gigante e eterno. Eu acho que seria saudável nós procurarmos uma marca com credibilidade no mercado. Eu (Crefisa) vou fazer uma proposta (de renovação), mas acho saudável procurar outras.
LEILA
O atual contrato com as empresas de Leila rende R$ 81 milhões por temporada ao Palmeiras, podendo chegar a R$ 120 milhões com bônus por conquistas. Leila tomou decisões importantes para fazer caixa, como vender as principais revelações do clube. Fez quase R$ bilhão. Isso nunca aconteceu antes.
Estamos no mercado, sim. É meu último ano de mandato, sou candidata (à reeleição) e estamos, sim, no mercado para saber quanto vale a camisa do Palmeiras. Isso o mercado vai dizer e temos profissionais trabalhando. LEILA
As casas de apostas podem pagar mais do que o valor de R$ 81 milhões/ano da Crefisa. Leila sabe disso. Esse é o pulo do gato da presidente. Parece claro que seu legado agora é zerar as dívidas do Palmeiras. Ela queria muito comprar o Allianz Parque e dar ao torcedor o seu estádio de volta, cuja gestão pertence à WTorre até 2044. Mas, por ora, essa movimentação parece difícil.
O Palmeiras acredita que pode aumentar suas receitas anuais com um novo patrocinador máster na camisa em até R$ 100 milhões. Isso daria perto de 10% ou mais. A presidente, como ela mesma disse, está no mercado. E se nada disso der certo, a Crefisa vai fazer outra oferta e continuará no clube pelo menos até o fim do seu segundo mandato, se eleita no fim deste ano.
